ATA DA QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
22-6-2009.
Aos vinte e dois dias do mês de junho do ano de dois
mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Beto Moesch, Dr. Raul, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria
Celeste, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol e Sebastião
Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell,
Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João Pancinha, Luciano Marcantônio,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 013/09 (Processo nº 2297/09); pelo Vereador Dr.
Thiago Duarte, o Projeto de Lei do Legislativo nº 019/09 (Processo nº 0749/09);
pelo Vereador Valter Nagelstein, o Projeto de Lei do Legislativo nº 114/09
(Processo nº 2643/09) e, pelo Vereador Waldir Canal, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 045/09 (Processo nº 1225/09). Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 10462923 e 10463397/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde. Após, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Adair Martinelli, falecido no
dia de ontem. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Juliana Brizola, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Luciano Marcantônio, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos
Humanos e Segurança Urbana. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o
transcurso, no dia de ontem, do aniversário do Vereador Adeli Sell, procedendo
à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência.
A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora
Jacqueline Sanchotene, Coordenadora do Movimento Viva Gasômetro, que discorreu
sobre as atividades desenvolvidas pelo Movimento Viva Gasômetro e defendeu a
criação do Parque e do Largo do Gasômetro, solicitando a inclusão dessas
propostas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre.
Durante o pronunciamento da Senhora Jacqueline Sanchotene, foi realizada a
apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Após,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Engenheiro Comassetto,
Toni Proença, Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato, Luciano Marcantônio,
João Pancinha, Beto Moesch e Nelcir Tessaro manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e oito minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas
e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem
dos trabalhos da presente Sessão e na matéria a ser apreciada durante a Ordem
do Dia, conforme deliberação da Mesa Diretora e do Colégio de Líderes. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
053/08. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 002/09, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli
Sell, João Antonio Dib e Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados os Projetos de Lei do Executivo nos 002 e 006/09. Em
continuidade, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Às quinze
horas e um minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a
realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às
quinze horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Nelcir Tessaro, em tempo cedido pelo
Vereador Marcello Chiodo. A
seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente
concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Mauro Zacher, que relatou sua participação,
em Representação Externa deste Legislativo, nos dias dezoito e dezenove de
junho do corrente, com saída no dia dezessete de junho, no horário aproximado
de vinte horas, no Seminário Nacional
sobre Política de Transporte Cicloviário, realizado no Município de Sorocaba –
SP. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se a Vereadora Maria Celeste. Na
oportunidade, o Senhor Presidente procedeu à leitura de comunicado de autoria
do Cerimonial da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, relativo à visita a ser
efetuada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Vila Bom Jesus, em Porto
Alegre, no dia vinte e seis de junho do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os Vereadores Luciano Marcantônio, Fernanda Melchionna e
Paulinho Ruben Berta. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Engenheiro
Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Carlos Todeschini.
Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se o Vereador Dr. Thiago Duarte, em tempo cedido
pelo Vereador Ervino Besson, e a Vereadora Sofia Cavedon, em tempo cedido pela
Vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
Vereador Alceu Brasinha. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença,
neste Legislativo, do Senhor Raul Cohen, da Organização Não Governamental
Brasil Sem Grades. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador Dr. Raul, em tempo
cedido pelo Vereador Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
Vereador Dr. Raul. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador João Carlos Nedel,
em tempo cedido pelo Vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o
Vereador Haroldo de Souza, em tempo cedido pelo Vereador João Carlos Nedel. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: de autoria do Vereador Mauro
Pinheiro (Processo nº 2836/09), nos dias vinte e quatro e vinte e cinco de
junho do corrente, na “38ª Convenção Regional de Supermercados”, no Município
de Passo Fundo – RS –; de autoria do Vereador Mauro Zacher (Processo nº
2800/09), nos dias dezoito e dezenove de junho do corrente, com saída no dia
dezessete, às vinte horas, no Seminário Nacional sobre Política de Transporte
Cicloviário, no Município de Sorocaba – SP. A seguir, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores para
reunião a ser realizada a seguir, no Salão Nobre Dilamar Valls Machado, e
convidou os presentes para o Ciclo de Debates sobre a Reforma Política,
programado para o dia de hoje, às dezenove horas, neste Plenário. Às dezessete
horas e vinte e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni
Proença e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir
Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Ervino Besson está com a palavra para um Requerimento.
O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Meu caro
Presidente, o meu Requerimento é no sentido de que seja feito um minuto de
silêncio. A comunidade italiana, nesses últimos dias, teve duas lamentáveis
perdas: o falecimento do Francisco Rosito, a quem a Câmara prestou uma
homenagem, fazendo um minuto de silêncio; e ontem, com a presença de V. Exª, o
que a comunidade agradeceu, a lamentável e inesperada perda do nosso querido
Adair Martinelli, um homem que tinha um trabalho extraordinário dentro da
comunidade. Então, nada mais justo do que esta Casa preste um minuto de
silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está deferido
o seu pedido, Vereador. Vamos fazer um minuto de silêncio em homenagem a este
grande cidadão de tantas contribuições ao nosso Rio Grande e à nossa Cidade.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Meus colegas Vereadores
e Vereadoras, duas questões antes de começarmos a nossa Tribuna Popular.
Primeiro, eu quero fazer um apelo às Bancadas para que nos ajudem sobre o
trabalho aqui no plenário. Às vezes, eu vejo muita gente fazendo conversas
paralelas aqui dentro do plenário, e isso não tem ajudado nos trabalhos. Então,
aos colaboradores de cada Bancada eu peço que contribuam tendo um
representante, e que ele esteja aqui auxiliando os Vereadores. Em segundo
lugar, quanto ao nosso cafezinho. A Diretoria Legislativa trabalha aqui ao lado
e, toda vez que há muito tumulto, isso atrapalha bastante o trabalho da
Diretoria Legislativa. Então, vou fazer um apelo aos funcionários, aos colegas,
que, por favor, sirvam o café e voltem ao seu local, porque, senão aquilo ali
se torna um ambiente que dificulta o nosso trabalho legislativo. Este é o apelo
que eu quero fazer aos funcionários e aos colegas Vereadores, e tenho certeza
de que serão atendidos esses dois pedidos.
A
Verª Juliana Brizola solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares na
data de hoje. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de
Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Luciano Marcantônio, nos termos
regimentais, que passará a integrar a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana.
Quero cumprimentar o Vice-Presidente da Casa, que
esteve de aniversário ontem. Parabéns, Ver. Adeli, V. Exª vai assumir os
trabalhos aqui, de imediato, mas, antes, eu queria entregar este cartão, com
carinho, a ti, em nome de todos os demais colegas. (Palmas.)
(Os Vereadores cumprimentam o Ver. Adeli Sell pelo
aniversário.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos à
A Srª Jacqueline Sanchotene, representando o
Movimento Viva Gasômetro, está com a palavra para tratar de assunto relativo à
criação do Parque e do Largo do Gasômetro, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Boa-tarde à
Mesa, boa-tarde a todos os Vereadores, vamos fazer uma apresentação do
Movimento e, depois, das nossas duas reivindicações. No momento em que está em
curso a Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto
Alegre, RPDDUA, o que está em questão é a Cidade em que desejamos viver. Nosso Movimento,
o Viva Gasômetro, tem participado ativamente dessas discussões. O Viva
Gasômetro é formado por moradores do entorno da Usina do Gasômetro e por
simpatizantes dos diversos bairros de nossa Cidade. Nossa primeira ação
aconteceu em 16 de dezembro
de 2006. Em um sábado pela manhã realizamos uma ação de conscientização
ecológica na Praça Júlio Mesquita, por muitos conhecida como a praça do
Aeromóvel. Dias antes, eu conversava com um amigo, o Christian Lavich
Goldschmidt, quando pudemos observar que em quinze minutos circularam em nossa
praça cerca de vinte e cinco ratos. Resolvemos tomar uma atitude. Nascia aí o
Movimento Viva Gasômetro.
Nossas
ações culturais acontecem há dois anos, ininterruptamente, na Praça Júlio
Mesquita, sempre nos finais das tardes dos terceiros sábados do mês, exibimos
filmes. Queremos transformar nossa praça na Praça do Cinema em Porto Alegre. O
primeiro filme exibido, em junho de 2006, foi o documentário “Lutzenberger, For
Ever Gaia”, do diretor Frank Coe, produzido pela Otto Desenhos Animados. O
documentário mostra a vida do famoso ecologista José Lutzenberger. Ecologia,
juntamente com a cultura, são as principais preocupações do Movimento Viva
Gasômetro. Nós acreditamos que o acesso à cultura, o tratamento digno dos
excluídos, a preservação dos patrimônios público e histórico e de nosso meio
ambiente são nossas principais ferramentas para construir uma Cidade melhor.
Nossa sede é na calçada da Rua General Salustiano, de onde, em nossos encontros
nos finais de tarde, podemos apreciar o pôr do sol do Guaíba. Com as
ações de cinema trazemos cultura, entretenimento e todo o glamour que
envolve o cinema para o nosso Bairro. Mas a principal missão que realizamos
através dessas ações é a integração de vizinhos e amigos de outros bairros.
Fizemos e fazemos também ações diferenciadas tais como: pintura da escadaria da
Rua João Manoel (que já foi três vezes pintada por nós), ação de
conscientização do patrimônio histórico no Viaduto Otávio Rocha. Apoiamos, há
pouco, a exposição da participante de nosso Movimento, a consagrada escultora
Adriana Xaplin. Há alguns dias, com a ajuda da população, fizemos um bonito
mosaico com o nome do Viva Gasômetro em nossa calçada, batizada por nós de
“Calçada da Fama”. Nossa aparente fragilidade, com sede na calçada e falta de
existência jurídica, não nos tem impedido de crescer. Estamos nos últimos dias
conversando sobre a criação de uma regional do nosso movimento em Santa Maria,
com a professora de dança Lisiane Moresco, que será a vice-coordenadora dessa
Região. Essa quase informalidade foi até agora a nossa riqueza, fazendo com que
todos se sintam parte de nosso Movimento. Essa atitude faz com que sejamos
porta-vozes dos moradores do entorno e também de muitos moradores do centro
histórico de nossa Cidade. No entanto, temos ciência que é chegada a hora de
existirmos também de direito. Foi dessa maneira “informal”, ouvindo as
reivindicações dos moradores do entorno e dos transeuntes na calçada da Rua
General Salustiano - agora conhecida como “Calçada da Fama” -, que formatamos
as quatorze reivindicações apresentadas na primeira tentativa de revisão de
RPDDUA em junho de 2007. Nessa segunda tentativa de revisão do Plano Diretor de
nossa Cidade duas de nossas reivindicações ganham força: a criação do Parque do
Gasômetro e a criação do Largo do Gasômetro. É pela efetiva implantação do
Parque e do Largo do Gasômetro que agora lutamos junto à sociedade e à Revisão
do PDDUA.
Para
mostrarmos a cidade que queremos, apresentaremos a seguir o exemplo da cidade
de Estrasburgo, que consegue, em nossa opinião, contemplar uma bela união entre
o histórico e o novo. Após essa apresentação, mostraremos a projeção da criação
do Parque do Gasômetro, apresentada em 2007, e a Emenda do Largo do Gasômetro,
também apresentada em 2007. Por último, mostraremos vídeo com a criação de um
parque na Coreia do Sul.
Queremos
agradecer à Câmara de Vereadores de Porto Alegre pela cedência deste espaço, em
especial ao seu Presidente, Sebastião Melo. Queremos agradecer também a todos
os participantes do Viva Gasômetro, em especial à simpatizante mais ilustre de
nosso Movimento, a artesã Nilza Lessa, viúva do saudoso Barbosa Lessa. Cada
palavra sua de carinho é para nós um grande estímulo.
(Procede-se
à apresentação de vídeo.)
A
SRA. JACQUELINE SANCHOTENE:
O que o vídeo mostra é uma área degradada de São Paulo que está buscando
inspiração para a sua recuperação no que aconteceu na Coreia do Sul, onde eles
destruíram pontes e reutilizaram o concreto em outras ações. Mas o que
basicamente queremos defender é que nos países ditos mais desenvolvidos está
acontecendo a criação de grandes parques, que não é só o sonho de um pequeno
grupo de moradores.
Esse
número aí se refere ao lixo despejado diariamente em São Paulo.
Aí
começa a apresentação do que aconteceu na Coreia do Sul, mostrando o córrego,
que era altamente poluído; não tinha vida e que depois foi recuperado.
Aí
vemos uma situação extrema em que pontes precisaram ser destruídas.
O
áudio fala desse brasileiro que mora lá, sendo que ele conta que quase toda a
população era contra, no início, quando começou a destruição das estradas e das
pontes, e hoje a população é a maior defensora desse Parque criado na Coreia do
Sul. O brasileiro conta também que houve mais de cem reuniões entre a população
e os membros do Executivo e do Legislativo.
Nesse
vídeo, vemos o Parque já criado, que hoje é motivo de levar muita gente à
Coreia do Sul; é um córrego recuperado, vivo, inclusive com peixes.
Esse
é o Parque depois de criado. Este vídeo continua mostrando o Parque, e o que
parecia uma coisa impossível, no início, transformou-se num belo Parque, o que
é motivo de orgulho, além de levar divisas por meio do turismo. Este vídeo está
disponível a todos no YouTube também. Acho que ficou um pouco
prejudicada a apresentação, mas quem tiver maior curiosidade pode acessar esse
vídeo no YouTube.
Nós
aqui não estamos defendendo a destruição de nada, mas apenas o rebaixamento de
parte da Av. João Goulart e de parte da Av. Mauá, de uma área que vai da Praça
Júlio Mesquita à Praça Brigadeiro Sampaio, e também defendendo a criação do
Largo do Gasômetro, o que significa aumentar as calçadas da Rua Gen.
Salustiano, fazendo a reconstituição histórica de seis fachadas e escondendo os
fios de eletricidade daquelas duas ruas, ressaltando assim a história daquele
lugar que por muitos é chamado de “umbigo da Cidade”.
Na
verdade, acho que ficou um pouco prejudicada a apresentação. Eu não gosto muito
de falar em público.
Gostaríamos
de contar com o apoio dos 36 Vereadores, no sentido de que esta reivindicação
seja deles também.
Nós
chegamos até aqui, porque, na revisão passada, passei de Vereador em Vereador,
defendendo as nossas reivindicações, e o Ver. Comassetto me disse: “Vamos ter
que lutar pelo gravame do Parque e do Largo”. Então, conclamo todos os
Vereadores para que essa seja uma Emenda de todos, porque acredito que, a
partir da criação do Parque e do Largo, vamos conseguir, efetivamente, mudar a
história daquele “umbigo” que está tão sujo e deteriorado. Muito obrigada a todos.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Convido a Srª Jacqueline para nos dar a honra de participar da Mesa.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, colegas Vereadoras,
prezada Jacqueline Sanchotene, que coordena o Movimento Viva Gasômetro, o
estudo que o grupo faz, associado à Região 01 de Planejamento, que é a Região
do Centro da Cidade, vem, há anos, propondo uma reestruturação urbana,
constituindo e construindo a ampliação do espaço cultural da Usina do
Gasômetro. Na revisão passada, coube a nós encaminhar essa proposta, e, ao
dialogar com o então Relator, Ver. Luiz Braz, ele aceitou a proposição e a
encaminhou no seu Relatório Final. Nesse momento, da mesma forma, Ver. João
Antonio Dib, pegamos essa Emenda e a encaminhamos ao Sub-Relator Ferronato, que
é da Região Centro, no sentido de que a análise e a proposição partam de uma
iniciativa desta Casa.
Portanto,
em nome da nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, quero saudar o
Movimento e dizer que já encaminhamos essas proposições ao Ver. Ferronato, para
que elas sejam objeto da Comissão que trata dos projetos especiais da Região
Centro.
Meus
parabéns, Jacqueline, e Viva o Gasômetro!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Toni Proença está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Presidente Sebastião Melo, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Jacqueline Sanchotene pela
apresentação e principalmente pela luta junto ao Movimento Viva Gasômetro.
A
Bancada do PPS quer se somar ao esforço que faz o Ver. Comassetto e a Bancada
do PT, no sentido de que esse Projeto, essa proposta que nasce da energia da
sociedade civil, que nasce da vontade dos moradores do Centro e dos cidadãos
que frequentam aquela Região, possa ser endossada por todas as Bancadas desta
Casa, para que a gente possa aprovar, no Plano Diretor, essa Emenda que visa a
consolidar o Parque do Gasômetro como um espaço que, além de recuperar o
ambiente histórico, possa se tornar uma proteção efetiva da Usina do Gasômetro
e de todo o Centro da Cidade. Parabéns, Jacqueline, pelo trabalho.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Jacqueline, Coordenadora do Movimento
Viva Gasômetro, eu quero parabenizar, em seu nome, o grupo, por toda a
atividade, e também os setores da sociedade civil, as ONGs, as entidades que
vêm contribuindo significativamente para o debate sobre a vocação da orla do
Guaíba, e no caso da Usina do Gasômetro, pois nós sabemos o peso e a
importância vital que esses setores têm para a sociedade de Porto Alegre.
Então, com isso, quero parabenizá-los por toda ação que vocês fazem com relação
à Emenda proposta, e já coloco a Bancada do PSOL a assinar, junto com a Bancada
do PT, com a Bancada do PPS agora, a Emenda, para que a gente possa, de fato,
aprová-la no Plano Diretor da cidade de Porto Alegre, e, sobretudo, fomentar,
cada vez mais, a discussão sobre a vocação e a necessidade de revitalização
também da orla do nosso Guaíba, cujo assunto passa por consulta popular no dia
23, e que estamos disputando para que não seja uma consulta hegemonizada pelas
Secretarias, mas que de fato possa ser uma consulta com garantias da própria
maioria das entidades, e que passe pelo debate de toda a orla, os 72km do conjunto
da orla do nosso Guaíba.
Acreditamos
que o Movimento e outras entidades são parceiros desse debate da luta pela
revitalização, pelo investimento público, e, sobretudo, por transformar ou
melhorar esse espaço para toda a população de Porto Alegre, como espaço de
esporte, cultura, lazer e também de preservação ambiental. Parabéns pela luta;
conte com o PSOL.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
se o Ver. Airto Ferronato me antecedesse seria o mais correto, na medida em que
ele recebeu o encaminhamento que foi feito da proposta que surgiu do Movimento
Viva Gasômetro. Não tenho outra alternativa e nem posso usar outra estratégia
neste pronunciamento senão de me inserir no conjunto da solidariedade que está
sendo a marca das manifestações que aqui ocorrem. Por razões muito pessoais, eu
tenho um carinho muito especial pela Coordenadora do Movimento, pelo meu vínculo
com o seu progenitor. E fico tranquilo em saber que o assunto está colocado nas
mãos do Ver. Airto Ferronato, que é o responsável pela Relatoria Temática da
área do Centro da Cidade, porque eu sei do seu equilíbrio, do seu ajuizamento,
do seu compromisso com as
coisas que efetivamente representam o interesse da Cidade. Essa revitalização
que se pretende no Centro da Cidade, eu dizia à Jacqueline há poucos dias,
precisa mudar um pouco de enfoque. Acho que o Movimento Viva Gasômetro dá um
grito de guerra positivo nesse sentido, na medida em que começam a falar os
moradores do Centro da Cidade, que vivem obviamente nessa área durante as 24
horas do dia. Por isso tenho certeza que o Ver. Airto Ferronato, que vai me
suceder neste pronunciamento, haverá de dar essa tranquilidade, que eu de
antemão afirmo que ele tem condições de oferecer: uma análise muito séria,
muito responsável e muito consequente da proposta do Movimento Viva Gasômetro.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, nossa convidada Jacqueline, quero dizer que já tivemos a
oportunidade de estar juntos e de olhar a proposta que existe para o Gasômetro;
quero também dizer que os nossos Vereadores que compõem a Relatoria IV- Ver.
Valter Nagelstein, Verª Sofia Cavedon, Ver. Pedro Ruas -, já conversaram sobre
a proposta e estão dispostos a assinar com o Ver. Engenheiro Comassetto o
encaminhamento dessa proposta. Estamos ouvindo outros Vereadores de outras
Bancadas, que se manifestarem favoráveis. Aproveito para agradecer as palavras
do Ver. Pujol. Como já falei para a Jacqueline, nós temos um carinho todo
especial pela orla, pelo Centro, pelo Gasômetro, pela cidade de Porto Alegre, e
temos absoluta consciência que vamos construir nessa área um equipamento
público que vá engrandecer e embelezar ainda mais a nossa cidade de Porto
Alegre.
Quero
cumprimentá-la pela presença, pois foi um momento para esclarecer as questões
aqui postas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Pancinha está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO PANCINHA: Prezada Jacqueline, representando aqui o Movimento Viva Gasômetro, nós
queremos, em nome da Bancada do PMDB, parabenizá-la pelo trabalho. Nós, que nos
temos encontrado seguidamente no Fórum de Entidades, vemos o trabalho que é
feito pela Entidade, pelo Movimento, e vemos a importância que é dada a esse
tema e a forma construtiva, propositiva com que ele é levado adiante. Eu quero,
em nome da Bancada do PMDB, parabenizá-la pelo trabalho e nos colocarmos à
disposição para que, conjuntamente, de uma forma construtiva, propositiva,
venhamos a obter aquele espaço e os espaços de trabalhos e serviços que nós
pretendemos para a Porto Alegre do futuro: a Porto Alegre com o Largo do
Gasômetro, com a orla revitalizada, com o Centro revitalizado, e, certamente, o
Viva Gasômetro terá um papel fundamental pelo trabalho que vem demonstrando,
pela participação efetiva nos trabalhos do Fórum de Entidades, na Revisão do
Plano Diretor. Conte com a Bancada do PMDB, pois certamente nós poderemos
trazer grandes contribuições para Porto Alegre juntamente com o trabalho que
vocês executam. Meus parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. BETO MOESCH: Prezada
Jacqueline, em primeiro lugar, parabéns pelo Movimento Viva Gasômetro, que eu
conheço bem - nunca me esqueço -, pois fizemos aquele diálogo na Praça Julio
Mesquita, quando se traçou uma agenda comum. Aproveitou-se muito daquele
diálogo para traçar muitas melhorias, uma das adoções mais bem sucedidas no
País, que é entre o Gasômetro e o Anfiteatro Pôr-do-Sol. Muito daquele diálogo
se aproveitou para ações nesse sentido. E quero dizer que, sim, com certeza, a
Bancada do Partido Progressista - está aqui o Ver. Dib, o Ver. Nedel -, vai
olhar isto com muito carinho. Nós temos ali uma vocação, sim, de parques, ali
está o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, logo em seguida o Parque Marinha do
Brasil, e várias praças além da Julio Mesquita, ao lado a Brigadeiro Sampaio,
inclusive depois daquele diálogo houve um diálogo na Brigadeiro Sampaio. Em
minha opinião, a única maneira de revitalizar aquela área é com a criação de
largos, praças e parques bem cuidados, bem dialogados e em execução.
E
quero dizer que conheço bem esse projeto de Seul, está sendo um case
para o mundo, e temos que aprender muito com aquilo, pois quando foi feita a 3ª
Perimetral, aqui, foram retiradas três mil árvores. Nós estamos vendo que no
mundo está sendo feito o contrário, está-se retirando concreto para
devolver água, verde e solo natural. Então, isso nós também temos que fazer na
cidade de Porto Alegre: preservar o que ainda temos, nosso patrimônio
histórico, os nossos recursos naturais, e fazer disso trabalhos, ações, parques
largos de entretenimento. Parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu quero cumprimentar a Srª Jacqueline Sanchotene
pela brilhante apresentação e por esse Movimento Viva Gasômetro, porque eu
acredito que esse é um monumento fundamental e essencial para a Cidade. Nós, na
época do DEMHAB, fizemos diversas parceiras para a pintura do Gasômetro, e
sabemos que aquele monumento não pode ficar alheio a objetivos maiores. Eu
acredito também que com a orla ficando melhor, com o Cais do Porto sendo
revitalizado, nossos parques, ao redor, serão pontos de referência de Porto
Alegre; além do Laçador, o Gasômetro será um identificador de Porto Alegre pela
magnífica estrutura que tem. Parabéns pela iniciativa; a Bancada do PTB - do
Ver. DJ Cassiá, Ver. Nilo Santos, do Ver. Alceu Brasinha e Ver. Marcello Chiodo
- cumprimenta e apoia essa iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Eu quero agradecer pela presença a esta jovem batalhadora pela nossa Cidade.
Parabéns pela luta; você está presente não só nesta Casa, mas nas lutas da
nossa Porto Alegre.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h38min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h40min): Estão reabertos os trabalhos. Convido os
Srs. Líderes de Bancada a comparecerem à Mesa. (Pausa.)
Houve um acordo dos
Líderes de Bancadas para que de imediato entremos na Ordem do Dia e depois
sigamos no Grande Expediente, Comunicações e Tempo de Liderança. Também há um
pedido de transferirmos a votação do PLE nº 041/08 para quarta-feira.
Em
votação o Requerimento de autoria da Mesa e Lideranças, solicitando a inversão
dos trabalhos no dia de hoje, iniciando pela Ordem do Dia, seguida pelo Grande
Expediente, Comunicações e Tempo de Liderança; e a transferência da votação do
PLE nº 041/08 da Ordem do Dia de hoje, para ser votado na quarta-feira.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Havendo
quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 6297/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 053/08, que declara de
utilidade pública a União de Cegos do Rio Grande do Sul - UCERGS.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver.
Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver.
Nelcir Tessaro: pela aprovação do Projeto;
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLE nº 053/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0224/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/09, de autoria
doVer. Adeli Sell, que institui a Semana Municipal do Viaduto Otávio Rocha, a
ser realizada anualmente, na primeira semana do mês de dezembro, que passa a
integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Fernanda Melchionna: pela aprovação do
Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Marcello Chiodo: pela aprovação do
Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLL nº 002/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 002/09.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, quero pedir o voto de V. Exas para este Projeto de Lei.
Na verdade, nós cuidamos e devemos cuidar, Marcello Chiodo - que é vizinho do Viaduto Otávio Rocha assim como eu, assim como o Ver. Pujol - 24 horas por dia e 365 dias por ano, dado o nível de vandalismo que temos no Centro de Porto Alegre e na região do Viaduto.
No
sábado, caro Presidente, às 16 horas, houve um verdadeiro ataque, quando alguns
jovens levaram tudo de roldão pela frente, subindo a Borges de Medeiros rumo ao
Viaduto.
Hoje
temos ali pontos de drogatização, de venda de drogas e o vandalismo é permanente.
O nosso cuidado é todos os dias do ano, mas no início de dezembro, dado o
aniversário do Viaduto Otávio Rocha, Ver. Dib, pela importância que tem esse
Viaduto para o Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre, nós queremos
que um conjunto de atividades, um conjunto de eventos seja realizado todos os
anos, em vários momentos, mas que, na primeira semana de dezembro, meu caro
Marcantônio, seja realizada a Semana do Viaduto Otávio Rocha.
Lembro
que ouvi desta tribuna, há alguns anos, o ator Paulo José, natural de Lavras,
hoje um grande diretor, um grande artista nacional, dizer que, ao chegar da
pequena Lavras a Porto Alegre, num final de tarde, ao cair da noite, o que o
impactou, o emocionou, ao chegar em Porto Alegre, e anos depois, em seguida,
por sinal viria trabalhar e fazer peças no Teatro de Arena, na parte superior
do Viaduto, era o Viaduto Otávio Rocha.
Eu
tenho ouvido de muitos visitantes que aqui chegam que o Viaduto Otávio Rocha,
Ver. Pujol, é um símbolo desta Cidade que tem de ser preservado, tem de ser
defendido por nós, que temos de tratar de dar condições à Prefeitura de
limpá-lo, de guardá-lo. Eu tenho defendido que a Prefeitura ganharia dinheiro
se colocasse a Guarda Municipal ali, porque inúmeras vezes as lâmpadas foram
quebradas, fios foram roubados, o Viaduto vive com pichação, inclusive, diga-se
de passagem, com pichações político-partidárias, o que é pior, pois mostra o
descaso que algumas pessoas de alguns Partidos, de algumas agremiações têm com
a Cidade e com o patrimônio público, e não adianta vir com discursos. É preciso
concretizar isso através deste Projeto de Lei.
Eu
tenho discutido esta questão com o Secretário Sergius Gonzaga, esta questão e
outras tantas; agora, inclusive, assumiu a gestão da área de Patrimônio Histórico
da Prefeitura o Sr. Custódio.
Eis
alguns livros lançados nos últimos dias, três deles eu cito: o livro de Carlos
Augusto Bisson, Moinhos de Vento - Histórias de um Bairro de Porto Alegre -,
leitura imprescindível, como é imprescindível a leitura do Rua da Praia, livro
fundamental, como também é Porto Alegre é Assim, do José Luiz Prévidi. Esses
são livros que mostram a importância de preservar o patrimônio. Eu farei de
tudo para que esta Cidade, através deste Projeto de Lei, para que esta Casa
hoje vá dizer, sim, cuidaremos do Viaduto 24 horas por dia, 365 dias por ano.
Este é o papel da Câmara de Vereadores; nós vamos fazer com que no início do
mês de dezembro tenhamos um conjunto de atividades efemérides para fazer do
Viaduto Otávio Rocha um dos principais patrimônios culturais da cidade de Porto
Alegre.
Por
isso eu peço a atenção, a colaboração e, em seguida, o voto de todas e de
todos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
002/09.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
em primeiro lugar, os meus cumprimentos ao Ver. Adeli Sell pela sua iniciativa
e pelo seu aniversário. Em segundo lugar, eu quero também cumprimentar o Sr.
Fernando Barth, um lutador incansável pelo Viaduto. Ele está tentando, junto
com a comunidade - não somente ele, mas tem mais gente tentando - fazer uma
fundação para que o nosso Viaduto Otávio Rocha, uma obra de arte que orgulha a
cidade de Porto Alegre, seja preservado. Ele já conseguiu que nós dividíssemos
o Viaduto Otávio Rocha em quatro pedaços, em quatro parcelas, cada uma
correspondendo à escadaria foi dado o nome de uma das estações do ano: Estação
Verão, Estação Inverno, Estação Primavera e Estação Outono. As placas estão
prontas, a Câmara, claro que aprovou, o Prefeito sancionou a Lei, é um primeiro
passo que ele está dando para manter aquela obra de arte, que é orgulho dos
porto-alegrenses e do Rio Grande do Sul, intacta, bem cuidada. Eu mesmo, quando
fui Prefeito, mandei fazer a recuperação no Viaduto; quando me disseram que
estava pronto, no dia seguinte, fui lá olhar, com entusiasmo, para ver uma
coisa bem cuidada, e já havia depredação. A nossa população parece não ter amor
à nossa Cidade, porque nós que não depredamos temos que impedir que os outros
depredem.
Lembro que, quando começaram as pichações aqui em
Porto Alegre, chamei a atenção que a Ponte de Pedra estava pichada, e um
Vereador, naquela oportunidade, chamou a minha atenção, porque eu estava me
manifestando contrário às “manifestações de arte”. Hoje estamos “vendo a arte”.
O nosso monumento a Bento Gonçalves é limpo num dia e é pichado no outro, e
ninguém consegue ver. Acho isso extremamente difícil. O nosso monumento a
Loureiro da Silva foi colocado aqui em frente à Câmara; se não tivesse sido
solicitado, se não tivéssemos tido o cuidado de pedir que a sua base fosse
pintada com uma tinta especial, estaria lá a pichação. Foi pichado, passa-se um
pano com água e fica limpo.
Portanto, quero parabenizar o Ver. Adeli Sell, mais
uma vez. Quero que ele alcance o seu objetivo e a população sinta que aquilo é
uma beleza de Porto Alegre, que aquilo é uma beleza do Rio Grande do Sul, que
tem uma história bonita, muitas coisas boas aconteceram ali, inclusive a
carteira de estudante, para se obter passagens escolares, foi centralizada,
pela primeira vez, ali no Viaduto, pela Secretaria Municipal de Transportes, em
1962. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
002/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, não tenho o menor
temor de receber a classificação de incoerente pelo pronunciamento que vou
fazer; não tenho, Ver. Adeli. Eu disse há poucos dias que achava que nós
tínhamos aqui muitas datas assinaladas, muitos dias, muitas semanas, e que, no
fim, essas datas e essas semanas acabavam por ser mais uma manifestação nossa
no calendário.
No
caso, por razões obvias, e o Marcello me acena com a cabeça, nós temos que ser
favoráveis ao Projeto do Ver. Adeli Sell, até porque esperamos, Ver. Dib, que a
partir dele haja o reconhecimento explícito de parte de todos aqueles que têm
responsabilidade com a coisa pública em Porto Alegre, desde a Administração
Municipal, passando pela Administração Estadual, dos setores federais
instalados aqui em Porto Alegre, enfim, de todos, a maioria deles nas cercanias
do Viaduto Otávio Rocha, na área central de Porto Alegre, porque também eles
têm compromisso.
O
Centro é o bairro mais populoso da cidade de Porto Alegre, e o Viaduto Otávio
Rocha, disse bem o Ver. Dib, é o símbolo de todo esse processo. A gente
passando pelo Viaduto - e a grande maioria da população de Porto Alegre está na
sua parte inferior, no leito da Av. Borges de Medeiros - não vê as suas
escadarias, os imóveis que ali existem, o Teatro, a ARI, enfim, tudo o mais que
aquilo tem e representa. O meu grande temor - esse, sim, é confessado - é de
que todo esse esforço não seja consequente.
Eu
vi, há três ou quatro anos - o Prefeito da Cidade era Tarso Genro -, uma grande
festa na Av. Borges de Medeiros, com trapezistas, com equilibristas; estava-se
concluindo, depois de um longo trabalho, a recuperação do Viaduto Otávio Rocha.
Olha, não durou seis meses - acho que menos até - e já começou a
deteriorização. E hoje está tão ou mais sujo do que era antes da reforma e da
recuperação de três anos atrás. É preciso, por todas as razões do mundo, ter um
policiamento naquela área, até porque o Viaduto, na sua parte coberta, não pode
ser ponto de resguardo de facínoras e trombadinhas, tem que ser um lugar de
passeio. Os restaurantes e bares ali localizados poderiam colocar as suas mesas
na rua com tranquilidade e nós frequentarmos aquele lugar, como é nosso desejo.
Então, Ver. Adeli Sell, V. Exª que propõe a
matéria, e que se vai somar ao esforço a que eu e o Ver. Marcello Chiodo o
estamos convidando a fazer para todo o conjunto: tem que recuperar o Viaduto
Otávio Rocha; retomar as obras do Cinema Capitólio em que se gastou um dinheiro
público muito forte e está mais ou menos se deteriorando aquela matéria; tem
que cuidar da pracinha do Capitólio, a Daltro Filho; do Largo dos Açorianos,
que agora foi assumido pela OAB, felizmente; da Ponte de Pedra, da qual nos
falou o Ver. Dib. Hoje, como da época em que o senhor reclamou, Ver. Dib, está
lá cheia de inscrições que ninguém decifra o que é, parecem hieróglifos. Esses
dias eu vi um turista tirando fotografia no monumento dos Açorianos; dali a
pouco ele pisou num objeto estranho e se foi toda a alegria da visita que ele
tinha naquela hora.
E
vocês, inteligentes que são, sabem qual é o objeto estranho e que não tinha que
ter naquele lugar. Por tudo isso, Ver. Adeli - me pichem de incoerente, se
quiserem -, o Projeto tem todo o meu apoio, tem o meu voto, o entusiasmo, e
especialmente a esperança, de que seja o condão, que, em dezembro, quando
fizermos a primeira Semana do Viaduto Otávio Rocha, seja o despertar de um
trabalho muito forte de recuperação urbano-social de toda essa área de Porto
Alegre. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 002/09. (Pausa.)
Não
há mais quem queira encaminhar. Em votação o PLL nº 002/09. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Cumprimento
o Ver. Adeli Sell pela aprovação do seu Projeto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0368/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/09, que declara de
utilidade pública a Fundação Fé e Alegria do Brasil – Sub-Regional Rio Grande
do Sul.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 002/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0740/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/09, que declara de
utilidade pública a Entidade Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Pancinha: pela
aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLE nº 006/09. Se não estou enganado, quando estava no exercício da Prefeitura,
assinei este Projeto. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Encerrada a Ordem do
Dia. Suspendemos os trabalhos da presente Sessão para a realização da Reunião
Conjunta das Comissões para a votação do Parecer Conjunto do PLCE nº 003/09.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h01min.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 15h18min): Retomando a Sessão desta segunda-feira, passamos ao
O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Marcello Chiodo.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero agradecer o meu
colega Ver. Marcello Chiodo pela cedência de tempo, para que eu possa trazer ao
público que nos assiste os fatos relevantes da comunidade. Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, nós tivemos, no último sábado, uma reunião conjunta, uma audiência
pública entre a Câmara de Vereadores de Porto Alegre e a Câmara de Vereadores
de Guaíba, na qual discutimos problemas do transporte coletivo, problemas do
transporte intermunicipal: questões relativas a preços, condições, atendimento
e alternativas do transporte coletivo. Também o transporte coletivo foi o tema
da nossa Comissão de Habitação, a CUTHAB, na última semana, aqui em Porto
Alegre, na qual discutimos as isenções, o passe livre. E nós sabemos - todos
também sabem - que quem paga as isenções e o passe livre não é a empresa, mas o
trabalhador. Nós, ouvindo os representantes das concessões do transporte
coletivo em Porto Alegre, que vieram e trouxeram estatísticas, verificamos que
nos dias normais - sábados ou domingos normais -, quando o transporte está
normal, cerca de 300 a 350 mil passageiros ocupam os coletivos de Porto Alegre;
porém, nos dias de passe livre, a média é de 750 mil passageiros. Será que são
os trabalhadores que os estão utilizando, no seu tempo de lazer, no dias de
passe livre, para fazer passeio, ou será que está mal distribuído, está mal
definida a finalidade do passe livre? Então, esta discussão é importantíssima,
porque quem acaba pagando é o trabalhador.
Vejam
bem, hoje, a passagem em Porto Alegre custa R$2,30; se nós a reduzirmos em 10%
ou em 4%, ela chegaria a valores aproximados de R$2,10. Somando-se essa
diferença por 30 dias, culminaria numa economia, no final do mês, o que
proporcionaria a compra de duas passagens por parte do trabalhador. Quer dizer
que o passe livre não está trazendo benefício para o trabalhador. Por quê?
Porque o valor que seria cobrado nos dias de passe livre está embutido no preço
final da passagem e está sendo pago pelo próprio trabalhador.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nelcir Tessaro, esse debate que o senhor traz é muito
importante. A gente que circula muito na Cidade dificilmente vê alguém
satisfeito com o passe livre; há muita gente descontente. Eu acho que está na
hora de nós revermos isso, e, quem sabe, criarmos um dia de passe livre para
aquelas pessoas que realmente necessitam, como aquelas que saem na
segunda-feira para procurar um emprego. O que as pessoas mais reclamam é que o
passe livre fez com que a coisa virasse uma baderna, que não há condições de
andar nos ônibus nesses dias, sendo até muito perigoso. Então, eu quero dizer
que o senhor traz esse debate na hora certa, e que esta Casa tem que começar a
examinar esse problema do passe livre. Obrigado.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado, Vereador. É verdade o que o
senhor fala. Eu também acho que não se pode terminar com o passe livre, mas
deve, sim, ser revista a finalidade de uso do passe livre, para que ele traga
benefícios ao trabalhador e não apenas às pessoas que o utilizam para passar o
dia todo passeando de ônibus ou para outra finalidade.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Tessaro, eu só quero colocar um outro aspecto que eu
entendendo ser contraditório ao que o Ver. Brasinha colocou. Eu acho que nós
temos que pensar numa Cidade intercomunicante, pois segregação traz violência,
abandono, negligência, e a própria Cidade não enxerga a sua verdadeira população.
E o passe livre é um instrumento muito importante para isso, ele tem servido
utilitariamente por alguns dias, mas ele também tem que ser para um momento de
lazer, para a cultura. Porque a gente tem que criar uma cultura mais de
pacificação, uma cultura de urbanidade, que só se fará com a vivência do passe
livre. Obrigada.
O
SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Verª Sofia Cavedon, eu quero dizer que não sou contra o passe livre, eu quero
dizer que tem que se fazer uma revisão, porque, hoje em dia, se o trabalhador
pagar a sua passagem, e o valor do passe livre ser descontado do valor da
passagem, ele não precisará do subsídio, porque ele estará sendo beneficiado do
seu próprio desconto. Temos que redefinir isso. E é importante, sim, para os
dias importantes da Cidade, tais como dias de vacinação e outros dias manter o
passe livre, mas temos que redefinir a utilização do passe livre.
A
Srª Fernanda Melchionna: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte, Ver.
Tessaro. Na verdade, quero trazer uma outra opinião sobre a questão do passe
livre: primeiro, sobre o custo do transporte - nós fizemos uma reunião na
CUTHAB, na sua Comissão, da qual eu participei, em que os dados da própria EPTC
colocam que o passe livre, na verdade, aumenta de três a quatro centavos o
custo da passagem de segunda-feira a sábado para o trabalhador. Nós sabemos, e
quero agregar esse dado, que na verdade, o verdadeiro custo excessivo no
transporte é o interesse voraz das grandes empresas de transporte coletivo, que
garantem a sua taxa de lucro de 12% em cima da população, e não justamente um
dos poucos direitos conquistados pela população, que é o direito de uma vez por
mês utilizar o transporte coletivo como forma de ir à vacinação, mas também
como forma de acesso à cultura, de poder passear. Afinal, R$2,30, numa família
de dez pessoas, dá R$23,00 só para poderem ir a algum lugar. Então, é muito
difícil que os trabalhadores e os seus filhos, com um salário mínimo defasado,
num momento de crise econômica mundial, consigam utilizar o transporte coletivo
aos finais de semana. E lhe digo, inclusive pelos dados apresentados pela EPTC,
que num domingo de passe livre 720 mil porto-alegrenses utilizam o transporte
coletivo, enquanto que em domingos normais apenas 250 mil utilizam o transporte
coletivo. Este dado tem que servir para nós pensarmos que de fato a população
de Porto Alegre não está conseguindo pagar o custo do ônibus, esse valor
abusivo de R$2,30. Se for para pensarmos na lógica do direito de ir e vir, na lógica
de ampliar o direito da população, é necessário, sim, rediscutir a planilha,
rebaixar a taxa de lucro, fazer uma auditoria nos últimos aumentos do
transporte coletivo no sentido de garantir o direito da população de Porto
Alegre utilizar um transporte coletivo com baixo custo e com melhor qualidade.
Nós sabemos que os trabalhadores ficam meia hora esperando por um ônibus em
horário de pico, e vão como sardinha enlatada para o trabalho, ou voltam
esturricados às 18 horas. Então, são problemas em que esta Câmara tem que
pensar, mas na lógica de defender os direitos da população e não o direito dos
empresários. Muito obrigada pelo aparte, Vereador.
O
SR. NELCIR TESSARO:
Obrigado, Verª Fernanda. Quero dizer, mais uma vez, que é justamente pelo seu
questionamento que é necessário que se faça uma redefinição. Quem está usando o
passe livre? De 250 mil para 750 mil, 800 mil pessoas no final de semana..
Precisamos saber como está sendo utilizado, quem está utilizando e por que está
utilizando. Nada contra as famílias passearem, mas o trabalhador não pode ser
onerado com o passe livre. Temos que redefinir isso.
O
Sr. DJ Cassiá: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tessaro, quero parabenizá-lo
pela escolha do tema. Eu não sou contra o passe livre, de forma alguma, mas
temos que rediscutir essa situação. Porque, se eu for agora a uma lancheria e
tomar o café da tarde, de graça não vai ser! Alguém paga por esse café da
tarde. Eu vou ter que pagar esse café da tarde.
E
preocupa-me muito, Ver. Tessaro, porque hoje há muitos que são beneficiados,
isentos da passagem. Há funcionários que têm salário de dois a três mil reais -
não vou citar nomes aqui - que são isentos da passagem, enquanto, na
segunda-feira, aquele pai de família que precisa do transporte coletivo para ir
procurar o seu emprego, para procurar aquela vaga que ele acabou de achar nos
classificados do final de semana, ele não tem dinheiro para o transporte. Temos
que revisar imediatamente a situação do passe livre. Muito obrigado, Vereador
Tessaro.
O
SR. NELCIR TESSARO:
Obrigado pela contribuição, Ver. DJ Cassiá. Realmente, por isso a necessidade
de fazer com que haja um estudo para readequação.
O
Sr. Toni Proença: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Tessaro, vou ser bem breve.
Acho que V. Exª tem uma preocupação que é justa e oportuna, mas devemos nos dar
conta de que o passe livre hoje é utilizado para o lazer dos trabalhadores, das
famílias dos trabalhadores. É utilizado pela juventude que se desloca na Cidade
no dia em que o ônibus é gratuito. Nós não podemos, já que o remédio não está
adequado, matar o doente para justificar a cura. Então, eu gostaria que V. Exª
tivesse muita parcimônia, e que pudéssemos fazer um mergulho muito profundo,
porque o passe livre foi uma conquista dos trabalhadores da cidade de Porto
Alegre.
O
SR. NELCIR TESSARO: É
por isso, Ver. Toni Proença - obrigado pela sua contribuição -, que nós não
somos contra, mas justamente queremos redefinir e fazer com que haja uma
utilização adequada do passe livre. Entendemos que não podemos manter da
maneira que está, nós temos que fazer com que ele seja útil, sim, mas útil para
o lazer, para a juventude praticar o lazer.
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Tessaro. Quero
cumprimentá-lo por trazer este tema tão importante para o debate. A nossa
Bancada do Partido dos Trabalhadores tem uma opinião formada: nós entendemos
que o passe livre já é uma instituição da cidade de Porto Alegre e uma conquista
da sociedade, principalmente daqueles que mais precisam, portanto, ele tem que
ser mantido. O que nós temos que discutir é a tabela total dos custos do
transporte coletivo, para averiguar se é possível “cortar alguma gordura” para
diminuir o preço das passagens. Pelos estudos trazidos pela EPTC, se nós
acabarmos com o passe livre, a passagem vai diminuir três centavos; hoje é
R$2,30, ficaria R$2,27, não mudaria muito. Muito obrigado.
O
SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Ver. Comassetto. Eu quero dizer que, nesta mesma linha, nós estivemos
discutindo em Guaíba a grande importância do estudo da redução no preço da
passagem do trecho Guaíba-Porto Alegre. Também há alternativas de meios de
transporte mais rápidos e adequados. Por que Novo Hamburgo tem agora a extensão
do metrô? Por que Canoas, Sapucaia, Esteio e São Leopoldo não reclamam do preço
da passagem? Porque essas cidades têm um meio de transporte alternativo a R$
1,70, subsidiado pelo Governo Federal. Por que o Governo Federal não subsidia
também um transporte coletivo rápido para Guaíba? Nós entendemos que devem
existir alternativas, tais como as hidrovias. Por que o Guaíba não pode ser
utilizado como meio de transporte para fazer com que se chegue de Guaíba a
Porto Alegre em cinco minutos? Já foi feito o teste, chegando-se ao
BarraShopping em cinco minutos e ao centro da Cidade em 15 minutos. Isso vai
fazer com que haja lazer, haja transporte eficiente, e o trabalhador consiga
chegar no horário ao seu trabalho em Porto Alegre, não correndo sempre o risco
iminente de que a ponte do Guaíba esteja levantada, inviabilizando a sua
chegada a tempo ao trabalho.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Nelcir Tessaro,
quero deixar bem claro que, de onde eu venho, o passe livre é muito importante,
e que em momento algum somos contra ele, mas somos a favor de que seja justo e
que atenda àquelas pessoas que realmente não têm condições de pagar o
transporte coletivo. Agora, nós não somos a favor de que aqueles que têm um bom
salário deixem de pagar a passagem. Obrigado.
O
SR. NELCIR TESSARO:
Obrigado, Ver. Paulinho Ruben Berta. Nós também compartilhamos a mesma ideia.
Então, é importante esclarecer novamente: o estudo é necessário, reestudar para
podermos fazer com que o passe livre seja aplicado exatamente na sua
finalidade.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós estamos aqui em um
Parlamento democrático e vamos abrir, sim, essa discussão. Já fizemos várias
Audiências Públicas, com vários segmentos, para conseguir o melhor para a
cidade de Porto Alegre.
Eu
tenho um Projeto que protocolei nesta Casa em 2003, tratando do problema do
passe livre, e nós vamos reabrir essa discussão, sim, e vamos ouvir a
população. A população vai ter uma grande força para que nós tomemos uma
decisão a respeito do passe livre e do que é melhor para a Cidade. A população
também vai decidir a respeito dessa caminhada. Obrigado.
O
SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Ver. Ervino. Para finalizar, eu quero dizer que Porto Alegre precisa
urgentemente de um metrô, mas um metrô de superfície; precisa colocar um
VLP-metrô pela Av. Farrapos, pela Av. Protásio Alves, pela Av. Bento Gonçalves
e pela Zona Sul. Ele tem um custo 25% menor do que um metrô subterrâneo. E sabemos
que Porto Alegre tem dificuldades para a implantação de um metrô subterrâneo.
Eu
acho que está na hora de pensarmos em um trem de superfície para atender à
comunidade e a todos os trabalhadores. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Tempo Especial, para falar sobre a
representação que fez na semana passada, na cidade de Sorocaba, em São Paulo.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
acompanha nas galerias, que nos assiste pela TVCâmara, que nos escuta pela
Rádio Web desta Casa, eu uso este tempo regimental, que é direito do Vereador
que representa esta Casa em alguma atividade externa, para poder aqui transmitir
aos colegas Vereadores um assunto sobre o qual nós recentemente fizemos um belo
debate, produzimos uma Audiência Pública, tramitou em todas as Comissões,
fizemos um seminário ainda às vésperas da votação, que se trata das ciclovias
da nossa Cidade. Quero também referendar que esse evento foi divulgado pelo
Ver. Adeli, que o passou a nós, Vereadores, a mim interessou, e tenho certeza
de que o meu relato também interessa a muitos Vereadores que acham que o modal
de ciclovias é um modal importante, que pode complementar o transporte diário
da nossa Cidade.
Houve,
nesse evento da Associação Nacional de Transportes Públicos - ANTP -, em
Sorocaba, um belo debate, numa das cidades que estão investindo fortemente em
ciclovias, que já implementou mais de 50 quilômetros de ciclovias e tem dado um
belo exemplo para o País. Fizemos um debate amplo com grandes estudiosos do
assunto, ativistas que estiveram presentes, e há um processo nacional, ainda
pouco apoiado pelo Governo Federal, no que diz respeito a recursos para investimentos
nas ciclovias. Mas apoio, no suporte logístico, os Municípios já têm criado nos
seus planos municipais. E a primeira cidade, a primeira Capital que tem um
Plano Diretor Cicloviário é a cidade de Porto Alegre. Este é um dado
importante, mas que não se reflete na construção de ciclovias ou ciclofaixas na
nossa Cidade, embora tenhamos colocado no papel, Ver. Mauro Pinheiro. Agora tem
que sair do papel, executando obras, quilômetros de ciclovias ou ciclofaixas -
o Ver. João Dib não está no plenário neste momento, estava até há pouco. Esse
assunto ainda não é consenso, embora o tenhamos aprovado aqui no Plano Diretor.
Estou convencido de que as cidades realmente não comportam e não têm espaços
para as ciclovias, porque não existem espaços em cidades grandes como a nossa.
Mas a possibilidade de ciclofaixas é o que há de mais adequado. O art. 58 do
Código Nacional de Trânsito já diz que o espaço à direita é do ciclista. Então,
eu quero reforçar essa tese, porque parece, às vezes, um absurdo falar em ciclofaixa,
mas é o que há de mais viável quando se fala no transporte de ciclovias; é a
ciclofaixa, é a conscientização do motorista. Há várias cidades do Exterior que
implementaram as ciclofaixas, e há um perfeito convívio entre o ônibus, o
carro, o ciclista e o motociclista. Então, nós sabemos das dificuldades, e o
Ver. João Dib falou aqui, muitas vezes, da falta de espaço para se
implementarem as ciclovias onde não se imagina que possa haver, como na Av.
Independência, na Av. Ipiranga e em tantas outras.
Eu
volto desse evento certo de que o que há de mais moderno, o que há de possível
de se realizar nas cidades grandes como Porto Alegre, é a ciclofaixa. E aí nós
vamos retomar um debate nesta Casa, que é a garantia de que o Caminho dos
Parques não seja acabado, de que o Caminho dos Parques seja reestruturado, seja
pintado, que seja novamente o espaço já conquistado pela população. Não é o
melhor, mas é um espaço de conquista já feita por esta Cidade, pelos ciclistas,
cujo debate nós queremos retomar, porque, embora tenhamos um Plano Diretor
Cicloviário, nós podemos, por enquanto, ter ciclofaixas, como é o caso do
Caminho dos Parques. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Mauro Zacher.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero
iniciar o meu período de Grande Expediente no dia de hoje, fazendo uma triste
constatação, a de que a Administração da cidade de Porto Alegre tem uma
característica: nesses já cinco anos de Governo, de muita morosidade e de muita
má vontade com a Câmara Municipal. Digo isso pelo abandono de inúmeros
projetos, das inúmeras questões que a Câmara de Vereadores tem encaminhado, mas
que não tem havido vontade política do Prefeito Municipal em agilizar os
processos.
Hoje faz exatamente três meses, Ver. Brasinha, que
a Comissão de Direitos Humanos desta Casa solicitou ao Prefeito Municipal, José
Fogaça, que declarasse estado de calamidade pública na Vila Chocolatão. O
Processo foi coordenado pela Verª Juliana Brizola, Presidente da Comissão, e
pelo Ver. Toni Proença, que, pessoalmente, tratou junto à CEEE da necessidade
dessa saída jurídica para que ali pudesse a CEEE instalar um projeto provisório
para a energia elétrica. Isso ocorreu há meses, e o Prefeito não deu retorno a
esta Casa. Isso ocorreu há meses, e a Comissão de Direitos Humanos não teve
retorno do Prefeito, sequer da Secretaria de Governança, com que nós tratamos naquela
reunião.
E o que aconteceu hoje pela manhã, Verª Fernanda?
Novamente, um incêndio na Vila Chocolatão, o segundo neste ano. Novamente,
aquela comunidade, extremamente carente, esteve aqui buscando ajuda, havendo,
inclusive, uma Comissão de Vereadores, presidida pelo Presidente desta Casa,
que foi ao local, em janeiro, quando houve um incêndio na Vila, e, novamente,
esta comunidade está abandonada, lamentavelmente, com a conivência da Câmara
Municipal de Porto Alegre. As pessoas que moram ali não entendem que a Câmara
Municipal de Porto Alegre fez a parte dela, mas que, até agora, não houve
retorno do Prefeito Municipal José Fogaça.
A
Srª Fernanda Melchionna:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste,
primeiro, quero parabenizá-la pelo pronunciamento, por abordar um assunto muito
sério e trágico, até porque, na reunião da Comissão de Direitos Humanos, que V.
Exª muito bem lembra e da qual participou ativamente para tentar propor
resoluções para a Vila Chocolatão, os Vereadores tiraram um encaminhamento, a
partir da fala da CEEE, que só precisaria o Prefeito decretar estado de
emergência para que a CEEE pudesse regularizar a energia elétrica na Vila
Chocolatão. Lamentavelmente, cinco meses se passaram e isso não foi feito, a energia
elétrica continua sendo por meio de “gatos”, e ontem, novamente, houve um curto
que levou a um incêndio.
Portanto,
por mais que não tenha sido a Prefeitura a atear fogo, foi a Prefeitura que
deixou o fogo ser ateado ao fechar os olhos para um problema crônico já
alertado por esta Casa.
Eu
quero parabenizá-la pelo pronunciamento importantíssimo e colocar já a posição
do PSOL de lamentar a omissão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
A
SRA. MARIA CELESTE:
Obrigada, Verª Fernanda, eu faço, com muito pesar, este pronunciamento no dia
de hoje, porque lamento o descaso da Prefeitura, lamento o descaso do Prefeito
frente a essa comunidade; ele que parece ter medo de que ela não queira mais
sair daquele local. Ora, se há um Projeto de Habitação Popular, se há
incidência dos assistentes sociais, de todo o grupo de trabalho que foi criado
pela Prefeitura Municipal no sentido de preparar essa comunidade para a saída
dali, e, portanto, construir com eles essa possibilidade, qual é o temor? Será
que nós precisamos, Ver. Brasinha, esperar a morte de um inocente para que, de
fato, se tome uma providência sobre essas questões da Vila?
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Srª Verª Maria
Celeste, eu quero louvar o Prefeito Fogaça que, pode ter certeza absoluta,
jamais terá medo de enfrentar os problemas da Cidade.
Também
quero dizer que hoje, às 7h, o Secretário de Habitação, Ver. Humberto Goulart,
estava ali junto, já fazendo o seu trabalho. Isso quer dizer que o DEMHAB está
atento a todas as questões que acontecem na Cidade.
A
SRA. MARIA CELESTE:
Obrigada.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Minha querida Verª Maria
Celeste, inclusive há uma Comissão Especial na qual estamos tratando sobre o
problema de luz das vilas irregulares em Porto Alegre, tanto é que existe o
problema da Aneel que V. Exª conhece perfeitamente, que complica até a vontade
do Executivo Municipal.
Agora, pela sua história bonita, Vereadora, como
conselheira tutelar, enfim, que eu conheço há bastante tempo, não cometa essa
injustiça criticando o Governo Fogaça que se preocupa com essa comunidade
pobre, como com tantas outras em Porto Alegre. Sou grato a V. Exª por me
conceder este aparte.
A
SRA. MARIA CELESTE:
Obrigada, Ver. Ervino Besson, pela sua referência. Mas, Vereador, o que me
incomoda, e muito, é a falta de vontade política do Prefeito em resolver o
problema.
Hoje,
pela manhã, certamente, o Diretor do DEMHAB, o nosso colega Ver. Dr. Goulart,
deve ter socorrido aquela comunidade. Mas, esta Casa, há três meses, já propôs
uma solução específica para essa Vila. Que bom que há uma Comissão Especial
tratando de todas essas questões na cidade de Porto Alegre, que bom que há
isso! Mas, frente a essa comunidade, Ver. Ervino Besson, há uma solução que
inclusive foi dada e foi criada dentro da Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana desta Casa, quando a comunidade aqui
chegou, desesperada, dizendo que não suportava mais a questão da falta de luz,
não só pela possibilidade de os “gatos” serem inseguros e estar demandando
incêndios como este de hoje pela manhã, mas também pela proliferação dos ratos
que se dá, especialmente à noite, e as mulheres vieram aqui, desesperadas,
mostrando-nos inclusive uma ratazana que havia mordido uma criança à noite. É
disso que se trata. Três meses que o Prefeito não diz nem sim, nem não. Tenha
coragem, Prefeito Fogaça, diga que não pode colocar luz ali, que aí nós daremos
o retorno para a comunidade que espera até hoje, e lamentavelmente o que nós
presenciamos é, mais uma vez, um incêndio na Vila. Será que o Prefeito vai se
mexer, quando houver alguma possibilidade ou houver um óbito nessa Vila?
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, quero
cumprimentá-la por tratar do tema, e relembrar que a Audiência Pública que
fizemos aqui foi coordenada pela Verª Juliana Brizola que levou até o Prefeito
Municipal o pedido desta Casa para declarar a área como de situação
emergencial. Se o Prefeito, Sr. Presidente, tivesse executado essa determinação
que é do seu poder, a CEEE já poderia, mesmo provisoriamente, Ver. Brasinha,
ter colocado a energia elétrica, e não ter ocorrido esse novo incêndio.
Portanto, tem nome, sim, a responsabilidade, e é de quem comanda esta Cidade:
Prefeito José Fogaça. Muito obrigado.
A
SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. Comassetto.
O
Sr. João Carlos Nedel: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu faço parte da Comissão
Especial da Energia Elétrica para as ligações irregulares, e o que os
representantes da CEEE falaram na nossa Comissão é que ela tem um trâmite
especial para fazer isso. Não adianta emergência, não adianta AEIS, tem de
seguir o seu trâmite. Eu queria informá-la que pegou fogo em cinco casas, mas
como uma casa tem 15 moradores, hoje já estarão sendo entregues seis casas lá.
Eu
queria dizer que no local para onde serão transferidas essas pessoas, a
infraestrutura já está pronta. E o Secretário Humberto Goulart está, neste
momento, no Ministério Público, vendo a possibilidade de se fazer uma licitação
emergencial para se construir as casas com a maior urgência possível.
A
SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. João Carlos Nedel. Não foi essa a posição do Diretor da CEEE, quando nós,
junto com a Comissão - Verª Juliana Brizola e Ver. Toni Proença -, estivemos em
Audiência com o Diretor da CEEE, e nos garantiu a possibilidade de instalação
imediata ali de uma rede provisória, desde que houvesse a vontade política e a
determinação jurídica do Prefeito para que decretasse aquela região, aquela
Vila, em estado de calamidade pública, criando, portanto, condição jurídica
necessária para que a CEEE pudesse estar lá se instalando. Mas,
lamentavelmente, essa vontade não acontece em três meses, e o que a gente pode
ver é uma tragédia como a que ocorreu hoje, e, mais uma vez ali, o DEMHAB
aportando casas emergenciais; não são residências, quem ouve pensa que são
casas modernas e equipadas que estão ali. Visitem a Vila Chocolatão e visitem o
Projeto das Casas Emergenciais do DEMHAB, que são cubículos para as famílias,
porque é uma questão de situação provisória que ali ficam.
Outro
aspecto que eu queria lamentar, e colocar, neste momento, é a respeito da
tragédia que se abateu sobre a nossa Cidade, no dia de ontem, que foi o
desabamento de um piso, de um equipamento na cidade de Porto Alegre, em um
ginásio, onde 114 pessoas se feriram. E aí quero lamentar também a ação da
SMOV, da SMIC, porque não há fiscalização na cidade de Porto Alegre, deixando
que surjam equipamentos desse porte na nossa Cidade, podendo construir a
possibilidade não de vida, não de alegria, que é a proposta de um baile, mas,
sim, a possibilidade, Ver. Tarciso, de morte para os jovens da nossa Cidade.
Não tendo fiscalização sobre esse tipo de equipamento deixa para nós uma dúvida
muito grande. Qual é, de fato, a ação da Prefeitura Municipal com relação a
equipamentos? Dizer que desconhecia que ali há este tipo de atividade? Nós
tivemos, em 2007, o Orçamento Participativo, lá da Região, naquele equipamento,
naquele lugar, foi naquele prédio que foi realizado o OP da Região Leste em
2007. Eu lembro muito bem, eu era Presidente desta Casa, e pude participar de
todos os OPs das Regiões de toda a nossa cidade de Porto Alegre, ali já existia
aquele equipamento, e ali foi realizado o OP da Região Leste, com a presença de
800 pessoas. Poderia ter acontecido essa tragédia com o Prefeito, naquele
prédio, coisa que lamentavelmente aconteceu na madrugada de ontem. Aí fica a
nossa dúvida, onde está a fiscalização da Prefeitura Municipal, onde está a
ação da SMOV, onde está a ação da SMIC nesse tipo de equipamento pela Cidade,
que permite que se realizem bailes e ações em prédios que não estão
condizentes?
Mas, por outro lado, por ter rachaduras no prédio
da Unidade de Saúde Belém Novo, lá se fecha o equipamento sem ter a mínima
preocupação se vai haver continuidade desse atendimento próximo da Unidade de
Saúde que foi fechada já há algum tempo ali, ficando aquela população completamente
desassistida.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Celeste, desculpa voltar ao assunto
Chocolatão, interferir e tudo mais, acho que tem a ver com as incongruências
não explicáveis. Nós temos um Projeto de Lei que deve vir a Plenário; a
Prefeitura está vendendo uma área de dois mil metros quadrados aqui na Av.
Aureliano de Figueiredo Pinto, aqui na Perimetral, em que poderiam,
imediatamente, pelo Programa Federal Minha Casa Minha Vida, serem construídas
casas em uma parte da Vila Chocolatão. Eu não entendo porque o Governo prefere
vender para segregar essas comunidades, o que sabemos que só vai aumentar a
violência, só vai aumentar a miséria.
A SRA. MARIA CELESTE: Bem lembrado
também Vereadora, é um Projeto que hoje estamos avaliando, que está também na
Ordem do Dia; são áreas nobres da nossa Cidade sendo vendidas para a iniciativa
privada em detrimento de projetos tão importantes como esta questão colocada,
inclusive a comunidade da Vila Chocolatão já nos dizia aqui em janeiro,
fevereiro, quando aconteceu o primeiro incêndio, da necessidade de buscar um
reassentamento para essas famílias mais próximo aqui no Centro da Cidade. E o
que o Governo nos respondia? Dizia que não havia lugar, não havia região na Cidade
compatível para o reassentamento dessas famílias.
Hoje nós verificamos, são 18 áreas que estão sendo
propostas através deste Projeto de Lei, que têm, sim, possibilidades, inclusive
aqui na região central, de construção e de reassentamento dessas famílias.
Volto a dizer, o que está faltando é vontade política para o Prefeito, no
sentido do ordenamento e da gestão pública da Cidade. Não é possível
equipamentos da Saúde serem fechados, como esse do Posto de Belém Novo, e não
haver uma alternativa para a população. Falta Gestor Público na Saúde de Porto
Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerrado o
Grande Expediente.
A pedido do Cerimonial da Prefeitura de Porto
Alegre, colocamos a seguinte questão: (Lê): “O Cerimonial da Prefeitura
solicita que as Sras
Vereadoras e os Srs. Vereadores que pretendem comparecer aos atos relativos à
visita que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará à Vila Bom Jesus na
próxima sexta-feira, dia 26/06, para o lançamento de programas pertinentes ao
Pronasci, confirmem até o dia de amanhã, 23/06, às 11 horas, com a Assessoria
de Relações Públicas desta Casa”. Está dado o aviso.
O
Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Obrigado,
Ver. Adeli Sell; demais colegas Vereadores, cidadãos presentes às galerias, eu
quero ocupar os cinco minutos a que tenho direito, e me dirijo a esta tribuna
com o objetivo de fazer, humildemente, uma homenagem à pessoa que tenho como o
maior político que conheci vivo, da história deste País: Leonel de Moura
Brizola, que, ontem, no dia 21 de junho, fez cinco anos do seu falecimento.
O
Governador Brizola deixou para nós todos, trabalhadores e trabalhadoras deste
País, um grande legado, um legado baseado na defesa da Educação, que não ficou
somente no discurso, mas, sim, na prática, e fez muito pela Educação não só
deste Estado como do Estado do Rio de Janeiro. E, nós, políticos brasileiros,
sabemos o quanto a Educação é o caminho para nós elevarmos o nível intelectual
de todos os nossos cidadãos e, com isso, conseguirmos conquistar mais cidadania
e também saber exigir mais e ter mais critérios em relação à classe política.
Brizola foi um dos poucos políticos que esteve no Poder que, além de falar
sobre a Educação, fez pela Educação, sem medo. Buscou, através da Educação de
qualidade para as pessoas de baixa renda, levar o conhecimento para todos, e,
com isso, sem dúvida, trazer o progresso para o nosso País. E é isto que falta:
investimento em Educação! É isso que falta para nós termos um País com cidadãos
esclarecidos, para que desses cidadãos saiam políticos esclarecidos, que tenham
valores mais elevados, que tenham compromisso com a ética, compromisso com o
social e não compromisso só com o seu interesse pessoal, buscando status
ou enriquecimento ilícito.
Também não quero deixar passar em branco a grande
luta que Brizola travou em 1961 pela Legalidade. Foi um herói do nosso País,
foi um herói da democracia, foi um herói que evitou que os militares, naquele
momento, dessem o golpe. Infelizmente, o adiamento daquele processo, através de
um parlamentarismo maquiado, fez com que os militares se organizassem e nos
tirassem mais de 20 anos de democracia. Brizola foi o maior defensor da democracia,
e provou isso através da defesa da Legalidade.
Outro
item importantíssimo que nós devemos deixar registrado em relação à luta do
nosso Governador Leonel de Moura Brizola é a ética, que ele nunca abandonou.
Brizola foi muito investigado pelos interesses que ele combatia. E esses
interesses eram as maiores elites do nosso sistema. A elite econômica, que
Brizola tanto combateu, sempre procurou encontrar uma maneira de sujar, de
enlamear a sua imagem, mas nunca conseguiu. Um homem que foi Governador do Rio
Grande do Sul, que foi duas vezes Governador do Rio de Janeiro, que foi um dos
maiores líderes da oposição, da justiça social e do povo brasileiro. Não foi
encontrada nenhuma sujeira, nenhum ato de corrupção! E ele teve muito poder.
Enfrentou um sistema perverso e corrupto com muita coragem.
Para
concluir, também temos que reforçar a luta de Brizola pelo trabalhador. Brizola
sempre foi um apaixonado pelas leis trabalhistas, pelos direitos dos
trabalhadores. Seguiu a doutrina de Alberto Pasqualini, de Getúlio Vargas, de
João Goulart e procurou enriquecer ainda mais essa doutrina quando foi um
grande administrador. Um gaúcho que foi eleito e reeleito em outro estado. Esta
é a marca de Leonel Brizola: a Educação, a ética, o trabalho e a defesa de democracia!
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder, e
usará o Tempo de Liderança, pela oposição.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos assiste e que assiste a TVCâmara, na verdade, hoje, o nosso
pronunciamento em Liderança do PSOL não deixa de ser um lamento à tragédia que
aconteceu na madrugada de domingo nesse baile funk que funcionava na Av.
Protásio Alves, nº 5.500, e que na verdade não tinha licença, não tinha alvará
para acontecer. Um prédio que não tinha condições de suportar as toneladas de
pessoas, graças à circulação de jovens e pessoas que frequentavam a festa; um prédio
que não tinha permissão para fazer um baile funk. É verdade que a
Prefeitura acerta ao não conceder alvará, mas de que adianta não conceder
alvará se não fiscaliza? Por que a fiscalização em nossa Cidade é tão lenta,
morosa, insuficiente, para não dizer outras palavras mais pesadas? Hoje há dois
jovens internados em estado grave no Pronto-Socorro, centenas de feridos; neste
caso, felizmente, não houve falecimento, mas poderia ter havido dezenas de
falecimentos com este desabamento. A Prefeitura, sim, através da SMIC e da
SMOV, tem a sua responsabilidade por não fiscalizar esses lugares que funcionam
sem alvará e sem condições de atender tantas pessoas. Imaginem só um local sem
saída de emergência em caso de incêndio, com centenas de pessoas, como era esse
local da Avenida Protásio Alves, onde a Verª Maria Celeste falou que inclusive
houve reuniões do Orçamento Participativo. A que perigo estão expostos os
porto-alegrenses! Não podemos deixar de lamentar, mas a partir desta tragédia
que a Prefeitura abra os olhos e comece a fiscalizar estes locais inadequados
que funcionam de maneira irresponsável, colocando a vida das pessoas em risco.
Em
segundo lugar, quero me manifestar sobre um movimento nacional que tem
acontecido e que também é importante discutirmos em Porto Alegre que é a
violência, a intolerância, o preconceito exacerbado daqueles que não aceitam a
liberdade de expressão; daqueles que não aceitam a livre orientação sexual,
como nós vimos no episódio trágico de violência em São Paulo, com o assassinato
por espancamento de um jovem que participava da Parada Livre, cometido por um
grupo de intolerância, vinculado aos skinheads, assassinado por
violência física por esses grupos. E, lamentavelmente, isso não acontece só em
São Paulo, e é importante que a Justiça, as instituições, nós, Vereadores, os
movimentos sociais saiam às ruas e exijam a punição dos intolerantes, dos que
não aceitam a liberdade das pessoas, daqueles que, escondidos nos seus
preconceitos, ao calar da noite, saem às ruas da cidade, do País, para
violentar, para espancar, para assassinar os seres humanos que escolhem o seu
parceiro ou a sua parceira.
E quero dizer isso de São Paulo, porque os
Vereadores podem ficar chocados, perguntando: mas por que a Vereadora fala de
São Paulo? Porque, lamentavelmente, ontem, domingo, na frente do Guion, na Av.
Lima e Silva, aconteceu um fato muito estranho, inclusive apresentei uma Moção
de Repúdio, pedindo esclarecimentos. A Brigada Militar, comandada pelo Sr.
Vargas, fez uma ação na frente do Guion. Era uma ação absolutamente sem nenhum
tipo de justificativa, uma ação mandando as pessoas irem embora para casa; uma
ação dizendo que quem não fosse embora para casa iria para o paredão, sem
apresentar nenhuma suspeita; uma ação às 21h, ou seja, anterior ao horário de
silêncio; uma ação - pelos relatos que tive - em que o Comandante chegou para
um casal de homossexuais e agrediu um dos parceiros e disse que era ilegal o
que o casal estava fazendo, namorando.
Em primeiro lugar, não está claro para nós que ação
é essa da Brigada, sem nenhuma justificativa, sem nenhuma suspeita, os
brigadianos sem identificação e ainda agredindo aqueles que namoravam no Guion.
Em segundo lugar, os brasileiros são livres, de
acordo com a Constituição, para exercerem da maneira como quiserem a sua
orientação sexual. E a Brigada agride um casal de homossexuais, dizendo que a
livre orientação sexual é ilegal.
Desde quando é ilegal cada homem e cada mulher ser
livre para escolher o seu parceiro? Desde quando o amor é ilegal, qualquer que
seja o amor? Desde quando, mesmo respeitando as liberdades de orientação
sexual, a Brigada pode fazer uma ação intimidatória contra os jovens que param
na frente do Guion, sem nenhuma suspeita, e mandar para casa, antes do horário
de silêncio? Existe estado de sítio em Porto Alegre? Existe toque de recolher
em Porto Alegre? Porque não é do conhecimento desta Câmara de Vereadores se
existe.
Portanto, eu peço o apoio dos Vereadores para que
aprovem a minha Moção, pedindo um esclarecimento dessa ação da Brigada, ontem.
Não faço nenhum juízo de valor na minha Moção, apesar de, nesta tribuna, fazer,
sim, e é nossa obrigação fazer, mas pedindo que a Brigada responda,
esclarecendo o motivo da sua ação. Porque nós lutamos pela liberdade de
orientação sexual, porque nós lutamos pelo fim do preconceito, porque nós
queremos a criminalização da homofobia àqueles que não aceitam a liberdade dos
seres humanos escolherem os seus parceiros! Aqueles que violentam os
homossexuais, aqueles que agridem os homossexuais precisam, sim, ir para a
cadeia, passar por julgamento, porque cada um é livre para fazer o que quiser!
E é fundamental que esta Casa se pronuncie frente a ações injustificadas
de violência gratuita que aconteceram, ontem, em frente ao Guion.
Por isso, também, já aproveito para dizer que,
domingo que vem, o Grupo Desobedeça fará uma miniparada do Orgulho Gay, do
Orgulho GLBT, saindo da Redenção. E nós nos somaremos, não só eu, como o Ver.
Carlos Todeschini, Presidente da COSMAM, estará conosco nessa mobilização, para
estarmos junto com o Movimento, defendendo o fim do preconceito, a
criminalização da homofobia, mas para também estarmos atentos a qualquer ação
violenta de quem quer que seja, desde os grupos de intolerância até ações
injustificadas da Brigada. Estaremos lá presentes para acompanhar a
manifestação e nos somarmos a esse grupo.
Para concluir nosso pronunciamento, gostaria de agradecer e parabenizar o
trabalho da Comissão de Saúde e Meio Ambiente na presença do Ver. Carlos
Todeschini. Nós começamos uma luta no Coqueiros - conseguimos, Ver. Todeschini,
junto com a mobilização do povo -, depois de três semanas, a recontratação do
médico do Coqueiros [posto de saúde].
Nós
fizemos uma visita, na semana passada, às sete e meia da manhã, ao Hospital de
Pronto-Socorro de Porto Alegre, fui acompanhar a Comissão, parceira que sou
dessa luta da Saúde que o Ver. Todeschini, Presidente da Comissão, marcou.
Ouvimos todos os funcionários, os médicos, vimos os problemas, e quero chamar a
atenção da população de Porto Alegre para os problemas que o Hospital de
Pronto-Socorro enfrenta: superlotação, as UTIs com macas nos corredores por não
ter leito para os doentes; falta de funcionários, em setores onde deveria haver
dez funcionários havia cinco, seis trabalhando; equipamentos funcionando desde
1950, quando já temos tecnologia de ponta para resolver os problemas dos
doentes; o problema da insalubridade, porque a Prefeitura quer tirar um direito
histórico dos trabalhadores da Saúde, do Hospital de Pronto-Socorro, que é a
insalubridade de 40%. E a partir da nossa visita, fizemos um relatório
importantíssimo para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, para a cidade de
Porto Alegre. E, com isso, quero parabenizar o excelente trabalho da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente e ao seu Presidente, Ver. Carlos Todeschini, e dizer
que teremos que lutar muito para garantir o direito dos trabalhadores da Saúde
e, sobretudo, garantir um atendimento adequado no Pronto-Socorro da Cidade para
a população da Cidade. Parabéns, e estamos nesta luta com V. Exª
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero falar em nome da
Bancada do meu Partido, do Ver. Toni Proença, do Ver. Elias Vidal; o que me
traz a esta tribuna hoje é um fato muito grave, a gente concorda que deveríamos
ter mais fiscalização em Porto Alegre, se houvesse condições necessárias para
isso. Mas o que nos traz é também deixar bem claro a irresponsabilidade do
proprietário de um prédio que coloca um número muito além da capacidade que ele
suporta. Então, responsabilizarmos a todos, principalmente a SMIC e a
Prefeitura Municipal, é um espaço muito grande, porque foi rejeitado, foi feito
o trabalho todo e não foi concedido o alvará. Fiscalizar 100% é humanamente
impossível, mas o Prefeito e o Secretário tomaram as atitudes necessárias e
correspondentes à realidade.
Também
o que me traz aqui é a questão da energia elétrica em Porto Alegre, as
instalações de rede e os chamados “gatos”, principalmente nas vilas ocupadas,
nas remoções, enfim, isso é o que nos traz aqui. Eu fui a vários locais e tirei
fotos. (Mostra fotografia.) Por exemplo, imaginem isso aqui: há apenas uma
rede, era para comportar 20 e tem 120 casas. Aqui (Mostra fotografia.), em
frente à Unidade de Saúde Santa Maria, no loteamento Santa Maria, olhem quantas
ligações, quantos “gatos” há. Partindo desse pressuposto, podemos dizer que a
Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul - CEEE, quando é
consultada, coloca que tem o maior interesse em regularizar a situação da
energia elétrica em Porto Alegre; a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tem o
maior interesse em regularizar a situação da energia elétrica em Porto Alegre -
agora tivemos novamente um incêndio na Vila Chocolatão, outras casas foram
queimadas por causa da energia elétrica -, então, eu pergunto: se o Município
quer regularizar, a CEEE quer regularizar e receber pelo seu produto, os
moradores querem pagar, onde está a dificuldade? A dificuldade está
principalmente nas áreas ocupadas, que, muitas vezes, estão com uma ação
judicial que embarga qualquer processo de urbanização geral nessas áreas. Será
que não está na hora de o Ministério Público entrar na história e autorizar o
Poder Público, em todas as esferas, a aplicar recurso público e não ser
penalizado por isso? Será que não está na hora de deixar de arriscar a vida das
pessoas por burocracia, por lei? Se a lei estiver errada, que se mude, se
batalhe para mudar! São milhares de pessoas em Porto Alegre, são mais de 800 e
poucas vilas em Porto Alegre chamadas vilas irregulares. Este é o momento de
fazermos um trabalho que vem sendo feito pela Comissão desta Casa, para que se
mude este quadro e não se arrisque a vida de pessoas. Eu quero citar aqui a
Vila União, Vila Unidos, Jardim da Amizade, Jardim dos Coqueiros e Vila
Amazônia, onde agora foi colocada luz, e não poderia. Mas está lá, é uma Vila
que ainda continua irregular, sub judice, e foi colocada energia
elétrica. O mesmo processo não pode ser aplicado para as outras vilas chamadas
irregulares em Porto Alegre? Depende, minha gente - e vamos ser bem sinceros -,
da vontade política e do apoio do Ministério Público, que deve chamar para si
essa responsabilidade de ajudar a solucionar essas dificuldades em Porto Alegre
e ajudar o Poder Público a não ser penalizado por proporcionar maior qualidade
de vida aos moradores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos
às
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores, volto a esta tribuna para tratar de um tema que eu trouxe na última
quarta-feira: o problema enfrentado na Região Sul de Porto Alegre, mais
precisamente em Belém Novo. Belém Novo e seu entorno encontram-se numa situação
de total abandono no que diz respeito ao atendimento de Saúde básica.
Inclusive, na quinta-feira, isso foi tema de notícia em todos os veículos de
comunicação da nossa Cidade. O que ocorre lá na comunidade de Belém Novo? A
Prefeitura Municipal, por meio da gestão da Saúde do Município, através do
Secretário Eliseu Santos, respondendo pela política de Saúde do Governo Fogaça,
fechou o posto de saúde de Belém Novo. A estrutura física do posto de saúde
apresenta algumas rachaduras no prédio. A Comissão de Saúde da Câmara,
presidida pelo Ver. Carlos Todeschini, foi até o local no dia 12 de maio e
encaminhou um pedido ao Executivo Municipal para que providenciasse a melhoria
do posto de saúde, garantindo, Sr. Presidente, o atendimento à população e a
segurança de todos os funcionários. O que fez o Executivo Municipal, Ver.
Manfro, que também é da área da Saúde? Foi lá no dia 3 de junho e lacrou as
portas do posto, que é um pronto atendimento que atende nos três turnos. E
todos nós sabemos que a Região Extremo-Sul de Porto Alegre, Ver. Ervino Besson,
o senhor que anda por toda aquela região, é uma região distante: Belém Novo
fica a 15 km do Lami, a Restinga fica a 13 km de Belém Novo. Pasmem, senhores,
a política municipal de saúde vai lá e fecha o posto de saúde de Belém Novo e
põe uma placa no portal do posto de saúde, dizendo para os usuários irem até o
posto de Belém. E aqui está o Vereador, meu colega do PDT, Ver. Dr. Thiago, que
também atende no posto de saúde do Lami, e sabe que o posto de saúde do Lami já
tem um atendimento bastante intenso pela população de toda a Região do
Extremo-Sul. O que fazem as pessoas? Dirigem-se a um ou outro posto, e é óbvio
que a preferência desses postos descentralizados, como o de Ipanema e da
Restinga, é atender a comunidade da região. Nós estivemos em Belém Novo,
novamente neste domingo, onde houve um ato de protesto da comunidade nas ruas
com faixa, distribuindo panfletos. Estive presente nessa manifestação junto com
a Verª Maria Celeste e o Ver. Carlos Todeschini, Presidente da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente desta Casa, quando conversamos com a população. Nós
queremos, sim, que haja segurança no posto de saúde de Belém Novo, mas qualquer
gestor público não fecharia aquele posto se tivesse uma responsabilidade com a
comunidade. Primeiro, iria ver um local para transferir os médicos e a
estrutura da Saúde e abriria licitação para fazer a reforma do posto de saúde.
Qual foi o comunicado que o Governo levou para o fórum do Orçamento
Participativo? Que a Secretaria da Fazenda não tinha verba disponível para
imediatamente alugar a casa que foi apontada em Belém Novo. Hoje é dia 22,
portanto está completando 20 dias que o posto de saúde de Belém Novo foi
fechado pela gestão Fogaça. Se isso é qualidade em Saúde... E eu falo aqui
principalmente aos meus colegas Vereadores da base do Governo e que são da área
da Saúde, Dr. Raul, Dr. Thiago e Dr. Manfro: nós temos que estar aliados nesse
tema - e não se trata de uma política político-partidária -, pois não se pode
fechar posto de saúde sem abrir um outro que receba aquela população, senão ela
ficará desprotegida.
Eu
concluo, Sr. Presidente, dizendo que até o momento não tivemos nenhum retorno
oficial do Governo Municipal pelo pronto restabelecimento do posto de saúde e
pelo pronto atendimento da população. Um grande abraço a todos, muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha neste momento, primeiro,
eu só queria fazer um registro e uma cobrança à liderança do Governo quanto a
um retorno sobre a questão da readequação, do realinhamento dos preços das
tarifas de ônibus, uma vez que o óleo diesel baixou de valor; portanto, isso
tem que refletir no rebaixamento do preço da tarifa. Palmas já baixou a unidade
tarifária em dez centavos, e eu entendo que Porto Alegre tem a obrigação de
fazer a mesma coisa, assim como qualquer outra cidade do Brasil. Já fiz um
Pedido de Providências ao Prefeito, e ele deve responder. Estou aguardando o
retorno e gostaria que a liderança do Governo, que deve estar nos ouvindo,
trouxesse esse retorno aqui para nós e para a Cidade. Não se trata de questão
política, ou apenas a opinião deste Vereador, pois se trata de adequação de
cálculo. Eu quis fazer este registro, porque eu vou cobrar este assunto todos
os dias aqui, e o Prefeito será denunciado, pois isso gera um diferencial de 50
mil reais por dia, que estão sendo arrecadados indevidamente, e que é dinheiro
público que tem que voltar para o bolso de cada usuário do sistema.
Em
segundo lugar, eu quero falar aqui da Saúde, porque eu preciso falar da Saúde
como Vereador, como Presidente da COSMAM e como cidadão de Porto Alegre também.
Sobre o Posto 24 horas do Belém não vou repetir aqui, porque o meu colega, Ver.
Engenheiro Comassetto, já falou adequadamente tudo o que tinha que falar sobre
o assunto.
Quero
mencionar aqui uma reunião de que participou o Ver. Toni Proença e o nosso
Presidente, para tratar de assunto relativo a um contrato do Município com o
Hospital Beneficência Portuguesa. Para não parecer, e para não deixar qualquer
dúvida da nossa imparcialidade, eu quero aqui elogiar o Município na condução
do contrato para com a Beneficência. Eu acho que o Município está certo, Ver.
Toni Proença, e acho que o Município conduz o assunto de forma responsável e
adequada no caso da Beneficência. Agora, não dá para dizer a mesma coisa quando
se trata do HPS. Nós - eu, o Ver. Dr. Raul, os Vereadores da Comissão que
puderam ir, e não tem nenhuma crítica a quem não pode ir, a crítica é para
aqueles que querem anular o trabalho dos que foram, a Verª Fernanda Melchionna
que nos acompanhou - estivemos no HPS na quinta-feira pela manhã e andamos em
absolutamente todas as suas dependências. Talvez foi a visita, Ver. Dr. Raul,
mais completa que já se fez naquela instituição em todos os tempos, e foi muito
bom, porque pelo menos isso fez com que o Governo reagisse. Eu sei que o
Secretário Clóvis Magalhães foi lá à tarde e fez uma reunião com toda a
direção, com os funcionários, e algumas coisas que estavam se arrastando há
meses passaram a funcionar no dia seguinte, como, por exemplo, o aparelho de
Raios X. Mas, na sexta-feira, às 17h30min, me ligaram da Sala 6 e disseram:
“Vereador, o senhor, por favor, compareça aqui, porque a situação está
insuportável”. Havia ali uma sobrecarga, Ver. Dr. Raul, que não tinha mais como
atender as pessoas por falta de espaço, por falta de condições. Nós
acompanhamos o círculo vicioso, e como há pacientes lá, muitas vezes, muito
tempo, muitos meses, os leitos vão ficando todos ocupados, e, portanto, as
macas, as cadeiras de tratamento, os equipamentos ficam absolutamente ocupados.
E me dizia uma funcionária, sexta-feira, às 18h: “Imagine, Vereador, se por
acaso tiver um acidente grave na Cidade? Se houver o choque de um ônibus ou uma
tragédia qualquer?” Não precisou 24 horas para que isso acontecesse.
Lamentavelmente, aconteceu a queda da laje daquele clube que realizava o baile funk
na Cidade.
Vejam
só a responsabilidade dos funcionários, o seu profissionalismo, os cuidados que
têm com as pessoas e com a Cidade! E ela me chamou lá para alertar para o que
poderia acontecer. Felizmente, mesmo com tudo isso, o HPS ainda conseguiu, com
uma atitude sobre-humana, atender a todos. E temos que aplaudir os
funcionários, mas isso não basta.
Amanhã,
às 11 horas da manhã, nós temos uma reunião aqui na COSMAM, porque o Governo
está querendo tirar, por laudo, a insalubridade de 600 funcionários. Isso não é
possível! Não é aceitável! Porque laudo é uma questão técnica, não é opinião de
Governo que retira.
Por último, quero transmitir o meu conforto e o meu
alívio ao setor de Imprensa da Casa, quando não permitiu que fossem censuradas
as matérias sobre o HPS, porque alguns, de forma autoritária, tentaram fazer
isso. E só temos que lamentar esse tipo de episódio. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
Convido
o Ver. Adeli Sell a reassumir a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos)
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, Ver. Adeli Sell; subo a esta tribuna primeiramente para fazer um
agradecimento por mais de uma dezena de e-mails que recebi depois do meu
pronunciamento de quinta-feira. Quero dizer aos funcionários desta Casa que,
realmente, me disponho a ser voz daqueles que não têm voz - daqueles que não
têm voz! -, daqueles que não toleram as medidas determinadas de cima para
baixo, daqueles que entendem que estamos num momento de democracia, daqueles
que reconhecem que este País avançou com todos os governantes que teve depois
dos tempos obscuros da ditadura.
Quero
fazer uma saudação muito especial a todos os que compõem o quadro dos
municipários vinculados à área da Saúde, porque, na sexta-feira, partindo de um
Projeto do Ver. Dr. Raul, primeiro defensor do planejamento familiar nesta
Casa, foi inaugurado o Centro de Planejamento Familiar no Hospital
Materno-Infantil Presidente Vargas. Ah, se as paredes do HMPV falassem, Dr.
Raul! Se elas falassem, nós veríamos que aquele prédio guarda muito mais do que
cimento e tijolo, guarda muito mais do que qualquer outro tipo de emoção mais
fugaz: ele guarda boa parte da maternidade das crianças que tiveram luz no
Estado do Rio Grande do Sul. E lá se inicia o Centro de Planejamento Familiar,
que entende, como nós sempre entendemos - o Dr. Raul foi o primeiro a mencionar
isso - que é uma coisa muito maior do que se evitar a natalidade: é também dar
possibilidade de gravidez àquelas mulheres que não têm possibilidade de gestar
por algum motivo médico maior. Então, parabéns, Dr. Raul! Parabéns à Secretaria
da Saúde por mais essa conquista! Parabéns ao Prefeito Fogaça, porque
planejamento familiar é um ato de coragem; quando se fala em planejamento
familiar, tem-se que ter coragem, porque muitos interesses, Luciano
Marcantônio, se levantam quando se defende planejamento familiar.
O
Sr. Toni Proença: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver Dr. Thiago, por me
conceder este aparte. Eu queria saudá-lo pelo seu pronunciamento e fazer aqui
uma homenagem ao Ver. Doutor Raul pela determinação, pela paciência, pela
bravura com que militou por essa causa; após ver aprovada a Lei de sua autoria
que criava o Centro, ele ficou militando por essa causa até ter promulgada a
Lei pelo Executivo Municipal. Parabéns à cidade de Porto Alegre pela conquista!
Parabéns a V. Exª pela militância na mesma causa! Especialmente, parabéns ao
Dr. Raul pela conquista do Centro de Planejamento Familiar para a cidade de
Porto Alegre!
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Muito
obrigado.
Nessa
mesma ocasião tivemos oportunidade de escutar atentamente o pronunciamento do
Secretário da Saúde no sentido de que o recurso para o aluguel do posto de
Saúde Belém Novo - que foi amplamente citado aqui - já foi liberado pela
Fazenda, e diligentemente será encaminhado nos próximos dias para a
instalação do posto de saúde no local. O que não pode acontecer é o posto de
saúde cair em cima da cabeça das pessoas.
Para
concluir, eu gostaria de falar do Projeto que protocolamos na sexta-feira, que
é referente à Frente Parlamentar Antidrogas, que tem como objetivo unir todos
os Vereadores desta Casa nesta causa, que é a da drogadição. Queremos discutir,
de forma capilar, dentro de cada bairro, o problema vinculado à droga, que
afeta a comunidade aludida naquela região. Então, dentro dos próximos dias, estaremos
discutindo a sistemática dessa Frente Parlamentar, e quero pedir a colaboração
de todos os senhores no sentido da aprovação dessa Frente Parlamentar. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
da Verª Fernanda Melchionna.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell,
agradeço à Verª Fernanda Melchionna pelo espaço; sei que falo em seu nome
também e pela minha Bancada. Nós não conseguimos aceitar, porque eu sou
da área da Educação e sei, Dr. Thiago, que nós não fechamos escola e ficamos
esperando até ser construída outra, os dias letivos passando e as crianças em
casa. Agora, na Saúde é um absurdo, fecha-se um posto e deu; assim como nas
férias de um médico, botam um cartazinho: “Voltem no mês que vem”. É como se
não tivesse importância atender ou não atender, como se fosse a mesma coisa.
Penso que o senhor não acredita nisso, e eu acho que não dá para aceitar isso.
Não dá!
Nós
estamos com várias situações gravíssimas na Saúde; há a questão do Caps da Zona
Norte, que foi inaugurado e ainda não está funcionando. Eu tenho recebido
vários e-mails de denúncia de técnicos em Enfermagem e enfermeiros que
passaram no concurso. O concurso foi homologado, e o anúncio está aqui: estão
anunciando a contratação emergencial de 18 médicos, sete enfermeiros e 71
técnicos em Enfermagem. Quer dizer, não é sério! Sabemos que está faltando
muito profissional da Saúde, e a alternativa é a emergencialidade, com
concursos homologados!
Eu
estava procurando, checando aqui se estavam com problemas, porque estamos com
um problema sério na Educação, porque, depois de 20 anos, se lança mão do
contrato temporário. É gravíssima a situação de descompromisso dos professores.
Tenho um relato de um professor de contrato temporário que vai num dia e no
outro dia não vai, porque sabe que o contrato termina ali na frente; não tem
compromisso, as crianças ficam esperando com descontinuidade na aprendizagem. E
nós alertamos, e sugerimos, e insistimos, e levamos para o Ministério Público.
Já
que o concurso não está pronto, contratem temporariamente os que estão na
primeira fila do concurso, porque já tinha uma primeira lista homologada, mas
sem os títulos. Por quê? Porque aqueles profissionais que estão esperando
entrar pelo concurso, eles levam mais a sério. Mas, não. O Governo achou que
não, que ia fazer um processo, e que foi um horror. Está aí: estamos com um
concurso questionado na Justiça por uma professora, porque, no meio do
concurso, foi mudado o peso dos títulos. O concurso de professor está suspenso,
por enquanto, e está findando o período do contrato temporário, estão
estourando os quatro meses.
Há
cento e cinquenta professores temporários. E agora? Vão prorrogar o contrato
temporário de pessoas que não têm compromisso, que sabem que não vão ficar?
Agora, nesse caso da Saúde, tem concurso, Vereadores médicos! Eu gostaria de
ouvi-los aqui. Quero parabenizar o Dr. Raul; acho muito importante que haja o
Conselho, que haja o Centro de Referências para o Planejamento Familiar, mas
nós sabemos que precisamos de uma política permanente, continuada, estudada,
com diagnóstico em saúde preventiva, porque é isso que funciona, inclusive para
o planejamento familiar. Agora, só na temporalidade, não tem saída.
Quero
trazer um elemento importante da semana passada, do Fórum da Inclusão, onde a
Drª Eunice... (Pausa.) A combinação Educação e Saúde é fundamental para o
planejamento familiar, Ver. Dr. Raul. A redução do nascimento de crianças não
planejadas é diretamente relacionada com o nível de escolaridade das mães, das
meninas, das mulheres. Então, investir em Saúde... (O Ver. Dr. Thiago alcança
um copo d’água para a Verª Sofia Cavedon.) Obrigada, Ver. Dr. Thiago, às vezes
melhor do que um remédio é um copo d’água. Muito obrigada, um aplauso para o
Ver. Dr. Thiago. Investir em Saúde e Educação de forma continuada, de forma
séria, não temporária é a solução para muita coisa, inclusive para planejamento
familiar. Então, alerta: respeitemos os concursos, valorizemos os funcionários,
e não vamos tratar a Saúde e a Educação como possibilidade da temporalidade; na
emergência, resolver. Nós precisamos de políticas continuadas, preventivas e
qualificadas. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, eu, cada vez que venho a esta tribuna, venho
realmente decidido a defender quem eu defendo sempre, Ver. Ervino. Muita gente
vai dizer: “O Brasinha só fala isso”, mas eu tenho convicção absoluta de que eu
estou na linha certa: defendo os pequenos. Defender grande não é comigo! Eu defendo
o pequeno empresário, o microempresário, o médio empresário, aqueles que mais
sofrem, aqueles que mais dão emprego à sociedade; são as portas pequenas, mas
são aqueles que dão emprego, que passam dificuldade. É coisa terrível, Ver.
Ervino Besson, V. Exª sabe, V. Exª era do meio do comércio. V. Exª foi um
cidadão que tinha o seu comércio, tinha sua padaria, sua mercearia, sofreu
muito para manter as portas abertas. Quantos problemas temos de enfrentar na
Cidade para manter uma porta aberta! Temos que nos cuidar do assaltante, temos
que nos cuidar do “171”, que chega numa boa, te enrola, e leva; e também temos
que nos cuidar daqueles que vêm aprontar.
Não
bastasse isso, quando se tem um pequeno comércio, as pessoas acham que você
está muito bem de vida. Tem mais a Igreja, que quer 10% - e eu não discordo da
Igreja -; tem de pagar imposto, também a Igreja tem o seu direito. O Ver. Nedel
é um cidadão que trabalha muito na igreja, e sabe que o que estou falando é
verdade.
Então,
me sinto na obrigação de defender o pequeno comércio, aquele pequeno
empresário, aquele que está lá na ponta, na vila, e que dá emprego para o
sobrinho, para a sua esposa, para a sua cunhada, seu genro, enfim, gera muitos
empregos. Aquele cidadão que tem um posto de gasolina, que tanto sofre, nós
sabemos que para ter um posto de gasolina ele passa por uma burocracia
seriíssima,
E
para complicar mais ainda a situação, vem o Carrefour e coloca posto de
gasolina nas avenidas. Tem na Protásio, esquina com a Antonio de Carvalho; tem
na Ipiranga; tem na Getúlio Vargas. Não bastam os supermercados, eles querem
fazer concorrência para os coitados que têm um posto de gasolina. Eles vêm, com
um megaestabelecimento, para concorrer com os pequenos, que tanto sofrem e
batalham para manter o seu estabelecimento. E o Carrefour se mete mais ainda
nessa bronca. O Carrefour não faz bem para Porto Alegre, não faz bem para o Rio
Grande, não faz bem para o Brasil.
O
Carrefour faz muito mal para a Cidade, e eu tenho certeza disso, porque, em
todo o local onde o Carrefour se instala, quebra meio mundo. Conheço uma
empresa que existe há 30 anos, o Bazar Variedades, lá do meu lado; o Bazar
Variedades tinha 80 funcionários, e há mais de 30 anos o Bazar Variedades era
tradicional na Av. Assis Brasil. O Carrefour conseguiu liquidar com eles;
quebrou o Bazar Variedades, Ver. Ervino. Quebrou! E quem é que vai amparar
aquelas pessoas que dependiam desse trabalho? Há pessoas de idade. Hoje, no
mercado de trabalho, para quem passou dos 40 anos é quase impossível arrumar um
emprego. Aí, o Carrefour vem e dá “essa força” para terminar!
Eu não posso gostar desse empreendimento, o
Carrefour. E só tem um supermercado que eu gosto muito, concordo com o Ver.
Ervino, que é o Grupo Zaffari. Esse supermercado é bom, trabalha, dá muito
emprego, colabora com a Cidade, colabora com todas as situações.
O
Carrefour, simplesmente, só “descolabora” e quebra todo mundo. Se eu pudesse
proibir o Carrefour de entrar em Porto Alegre, eu proibiria.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Quero
anunciar a presença do Sr. Raul Cohen, da ONG Brasil Sem Grades, que nos
visita. Ele tem tratado nos últimos dias, aqui, com afinco e dedicação,
inclusive participamos, com a presença da sua ONG, da questão do trabalho que é
feito do controle de natalidade, e principalmente da busca da paternidade
responsável.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência do tempo do Ver.
Haroldo de Souza.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, uma boa-tarde a todos,
a todos que nos assistem aqui no Plenário e fora dele. Num primeiro momento, eu
gostaria de fazer um agradecimento em função da maneira como foi conduzida esta
etapa em relação ao planejamento familiar, que culminou, na sexta-feira, com a
inauguração do Centro Municipal de Planejamento Familiar, aqui da nossa
Capital.
Este
agradecimento se iniciou há cerca de quatro anos, quando eu, que vinha como
médico de saúde comunitária há muitos anos, como até hoje, com a ideia de um
planejamento familiar efetivo, tive a primeira vinda a esta Casa como Vereador,
e aqui protocolei este Projeto. Foi o meu primeiro Projeto, aquele que mais me
motivou no início para me envolver com a questão política, com a coisa pública.
Isso teve um andamento, e se iniciou lá atrás. Até cito o nome da minha irmã,
Leila Torelli Fraga - que hoje é juíza aposentada -, que foi quem me ensinou
como fazer um projeto, pois naquela época eu não sabia nem como fazer, o que
era um projeto, onde protocolar; ela teve aquela parceria como minha irmã, como
incentivadora, no sentido de me auxiliar. E aí esse Projeto iniciou. Os
Vereadores da nossa Câmara Municipal da Legislatura anterior entenderam muito
bem o sentido, o Projeto andou e chegou num ponto em que foi votado e aprovado
nesta Casa, remetido ao nosso Prefeito Municipal, e o Prefeito José Fogaça
transformou-o em Lei Municipal no ano passado. Aí, parte-se para aquela ideia
de fazer com que a lei se torne efetivamente realidade; então, continuamos
sempre batalhando pela causa do Planejamento Familiar, visitando, pedindo
audiências, sensibilizando as pessoas para que realmente este Projeto se
transformasse numa realidade importante para a Cidade. E graças ao apoio que
obtivemos também dos Vereadores desta Legislatura, que colaboraram, aprovando,
por unanimidade, Projetos nossos nesta Casa, como, por exemplo, o que criou o
Conselho Municipal de Planejamento Familiar e o Protocolo de Intenções também
para a promoção deste planejamento na Cidade de Porto Alegre, nós conseguimos
encaminhar inclusive uma Frente Parlamentar, que muito me honra presidir, que
conta com vinte Vereadores desta Casa para lutar por essa causa, que não é uma
causa de uma pessoa só, é a causa por uma sociedade melhor, por gerações
melhores, por um planejamento familiar voltado para a Educação, para a Saúde,
para o Meio Ambiente, para a moradia, para o emprego, para que possamos ter
realmente uma sociedade melhor de se viver, para que possamos melhorar
imediatamente a vida de muitas pessoas, desde aquela que está iniciando a sua
vida reprodutiva até aquela que já quer pôr um fim à sua vida reprodutiva -
tanto homem quanto mulher -, como também ajudar àqueles casais que não podem
ter filhos e que precisam de uma ação do Poder Público no sentido de
possibilitar que eles tenham filhos.
Acredito
que Porto Alegre passa, agora, para um novo patamar com relação a essa questão
do planejamento familiar, fazendo com que seja vista como uma cidade realmente
focada nessa questão, buscando a materialidade das ações e buscando facilitar,
de forma laica, a todos os cidadãos para que possam realmente ter os filhos que
querem ter, e que o Governo possa auxiliá-los nesse sentido.
Deixo,
então, um agradecimento especial a todos que participaram desse processo, aos
Vereadores que lá estiveram quando da inauguração - Toni Proença, Thiago
Duarte, Valter Nagelstein, que lá esteve também -, e eu sei que todos, de
uma forma ou outra, estavam presentes, dando o seu apoio. Com certeza, vamos
continuar avançando de uma maneira importante nessa questão, nessa matéria.
Então, quanto a isso, o Projeto vai se estender, vai tomar um corpo maior.
Ontem, a primeira-dama, Isabela Fogaça - a quem
agradeço muito pelo incentivo -, numa inauguração de melhorias em uma Praça de
Porto Alegre, onde me fiz presente no bairro Espírito Santo, me comunicava que
o Prefeito, na sua primeira ida a Brasília, vai levar o Projeto ao Ministro,
para que ele possa também, em nível nacional, fazer com que as coisas tomem um
corpo maior, que é o que todos nós queremos.
Concluo por aqui esta matéria, mas gostaria agora
de ocupar o Tempo de Liderança do PMDB, se for possível.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr.
Raul tem mais cinco minutos para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL: Agradeço ao Presidente, Ver.
Adeli Sell; vou falar sobre mais algumas matérias importantes para a Saúde
Pública da Cidade, que acredito sejam importantes que divulguemos a todos. Uma
delas, que é recente, acredito que seja um bom andamento para a nossa saúde
mental. A saúde mental em Porto Alegre vem sendo problematizada há muitos anos,
não é só a de Porto Alegre, é a do nosso País, em função das modificações que
aconteceram quando da reforma que atingiu a saúde mental, quando a Lei foi
modificada em 1999. Então, a partir daí, tentou-se uma nova dinâmica, que
precisa ser acompanhada de novos Caps, de internações psiquiátricas em alguns
locais, de leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Porto Alegre, agora, está
fazendo um avanço nesse sentido, com uma parceria do Governo Municipal e do
Governo Estadual com o Hospital Mãe de Deus, que é um hospital que tem 25 anos
de experiência, principalmente nessa questão dos dependentes químicos, da
drogadição. Agora, junto com as Secretarias, lá na Vila Nova, inaugurou-se um
Caps AD; inauguramos um outro no IAPI, que vai atender àquela região da Cidade,
onde também estão sendo abertos 15 leitos de emergência para o atendimento da
psiquiatria, dobrando praticamente esse tipo de possibilidade na cidade de
Porto Alegre. Isso também se estende a 30 novos leitos lá no Hospital Espírita.
Então, precisamos avançar muito na área do atendimento à pessoa com problemas,
com distúrbios mentais na cidade de Porto Alegre, porque, realmente, é uma área
em que temos deficiência há muitos anos, uma deficiência crítica.
Quanto à nossa visita ao HPS, uma instituição de
grande relevância na Cidade, é um Hospital que tem 65 anos de existência e, a
sua parte antiga, que foi aquela que visitamos, que é onde se avolumam os
atendimentos, realmente ela carece de melhorias em muitas áreas, e precisamos
estar juntos, unidos, para que as melhorias no HPS possam acontecer. São
valores grandes a serem ali investidos. Precisamos de uma reforma de RH
importante, precisamos de novos cargos para o HPS. E nós temos consciência de
que já existe esse projeto em andamento não apenas para o HPS, mas para toda a
Secretaria de Saúde do nosso Município. Isso perfaz mais de 900 cargos, e,
brevemente, acredito que esse projeto venha a esta Casa.
Então, nós estamos sabendo das dificuldades.
Acreditamos que setores como a neuro, como a traumatologia, que têm a sua
lotação além do que deveria ter, com certeza precisam ser vistos de maneira
mais intensa e mais rápida. A questão da manutenção tem que ser efetivada a
todo o momento no HPS, ela é feita, mas o movimento lá dentro é muito intenso,
são mais de 900 atendimentos diários. Na realidade, há um giro muito grande,
são muitas pessoas beneficiadas pelo HPS; são 20 especialidades lá atendidas, a
que, em outros locais, muitas vezes a gente não consegue acesso.
Então, nesse sentido, eu gostaria de dizer para
vocês que nós todos somos parceiros do HPS, precisamos realmente avançar ali. A
ideia dos vários colegas com os quais falei lá é que futuramente nós tenhamos
um pronto-socorro maior, numa área mais ampla da Cidade, porque o tempo fez com
que o HPS acabasse centralizado, o que deixa o acesso complicado. Precisamos de
grandes reformas, sendo que há valores pelo QualiSUS, inclusive, que devem ser
liberados agora, verba federal, para que haja a reforma e a compra de novos
equipamentos para o HPS.
Também temos que nos debruçar sobre essa questão da
insalubridade dos funcionários, porque lá é extremamente insalubre. Temos que
ver o que podemos fazer para ajudar para que eles mantenham a sua insalubridade
que, com certeza, lhes é devida.
Então, eu queria também deixar uma última mensagem,
que é em relação ao Posto de Saúde Belém Novo, onde estivemos. Realmente eu vi rachaduras muito grandes
no local. Eu, como profissional, não gostaria de trabalhar ali, porque
realmente há risco de desabamento, e por isso foi fechado pela Secretaria. Em
decorrência disso, já está sendo feita - e deve se resolver em alguns dias - a
negociação final dos valores para a casa aonde irá a nova equipe. Neste
momento, inclusive, está sendo feita esta negociação. Os valores da Secretaria
da Fazenda já estão liberados para isso, e acredito que, em dois dias talvez,
este problema esteja resolvido, porque a comunidade não pode deixar de ser
assistida naquele local, pois precisa se deslocar muito para ter um
atendimento. Mas também não podemos, uma vez que essas rachaduras aumentaram
muito, expor a comunidade - aquelas crianças e aqueles adultos que lá são
atendidos - e, depois, chorar sobre vítimas. Então, eu acho que, da parte de
engenharia, foi feita a interdição correta, e, agora, nós temos que, o mais
breve possível, retomar o atendimento naquela comunidade. Para isso já estamos
trabalhando, e eu acredito que, em 48 ou em 72 horas, deva estar resolvida essa
questão da casa. Saúde para todos! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. João Antonio Dib.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
gostaria de salientar a presença neste plenário do Sr. Aristeu Simões Pereira,
que é o Presidente do Conselho da Pastoral da Paróquia Sagrada Família, e
também do Sr. Raul Cohen, integrante da ONG Brasil Sem Grades e, também, do Trade
Turístico, que participará, daqui a pouco, de reunião nesta Casa. Sejam muito
bem-vindos!
Aliás,
Ver. Adeli Sell, V. Exª que é Secretário Executivo da Frente Parlamentar de
Turismo bem sabe que o Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes tem um
trabalho sensacional sobre o planejamento estratégico para o turismo de Porto
Alegre, e é sobre isso que vamos detalhar, daqui a pouco, na presidência desta
Casa. Nós recebemos, Ver. Adeli Sell, o Projeto desse planejamento, devidamente
detalhado em meio eletrônico, que estou repassando para todos os componentes da
Frente Parlamentar do Turismo, os 28 Vereadores participantes da nossa Frente
Parlamentar. Eu quero falar sobre alguns pontos que a Frentur está tratando,
por exemplo, a dificuldade que existe a respeito da Ilha da Casa da Pólvora -
que fica bem defronte ao Cais do Porto - que está sob a jurisdição do Estado do
Rio Grande do Sul. A Secretaria do Turismo, junto com a Frentur, está
gestionando junto à Secretaria Estadual do Meio Ambiente para se fazer um convênio
com a Prefeitura de Porto Alegre, para que essa Ilha passe para os cuidados do
Município, e, após, vamos abri-la ao turismo. É um fato muito importante para a
nossa Cidade, porque, de lá da Ilha da Casa da Pólvora, se vê uma bela paisagem
de Porto Alegre, e aí vamos ver a nossa Cidade de frente.
Já
estamos tratando com a Prefeitura de Guaíba sobre um convênio com a Ilha das
Pedras Brancas, também chamada de Ilha do Presídio, que tem inúmeras
dificuldades de acesso, inclusive não há trapiche para que os barcos sejam
atracados nessa Ilha que também é de uma beleza paisagística e tem um grande
potencial turístico.
Ver.
Adeli Sell, V. Exª sabe muito bem, porque ajudou a articular com os Líderes lá
do bairro Ipanema para ocorrer a nossa reunião, para verificarmos as
possibilidades turísticas do bairro Ipanema, ver qual o diferencial que a nossa
praia, que o nosso bairro de Ipanema possui para beneficiar esse grande aspecto
turístico. Nós também temos um marco importante na nossa Cidade, que foi, na
semana passada - o Ver. Adeli estava presente -, a assinatura do Projeto, e,
mais tarde, também, a entrega do Projeto do Marco Regulatório do Turismo
Náutico, que já se encontra em andamento e foi entregue nesta Casa. O Projeto
que está na Casa é efetivamente muito simples, ele apenas cria o Marco
Regulatório.
Sr. Presidente, se puder me conceder o tempo para
uma Comunicação de Líder do meu Partido, eu agradeço.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Evidentemente,
Vereador.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
Então, o Projeto que aqui está simplesmente cria o
Marco Regulatório do Turismo Náutico. E, por Decreto, o Prefeito, Ver. Pujol,
irá detalhar, amplamente, como irá funcionar o turismo náutico em nossa Porto
Alegre. Não são somente as viagens, os passeios pelo nosso Guaíba, mas também
os esportes náuticos, da vela, da motonáutica, tudo que for sobre a água -
socorre-me o Ver. Reginaldo Pujol. Então, é um passo, é um avanço; os barcos
existem no Guaíba há muitos anos, mas não estão devidamente habilitados e
ordenados para melhorar o nosso turismo em Porto Alegre.
Eu queria também lembrar, Sr. Aristeu, que nos
visita, que a Igreja Católica estará efetivando um grande evento de turismo em
Porto Alegre, do dia 12 ao dia 17, no Mutirão da Comunicação da América Latina
e do Caribe, que irá atrair muitas pessoas para Porto Alegre, e só de turistas
estrangeiros serão aproximadamente três mil pessoas.
Então, nós temos que aproveitar esse evento para
fins turísticos e promover nossa Porto Alegre.
As preocupações que a Frentur apresenta: nós, até
hoje, Dr. Raul Cohen, não temos um terminal turístico em Porto Alegre. Parece
brincadeira: ainda não temos um terminal de turismo em Porto Alegre. Então,
esta é uma grande preocupação.
A outra preocupação é a necessidade de ampliar o
roteiro e o funcionamento do ônibus turístico. Curitiba tem um sistema muito
bom, que são vários ônibus que percorrem dois roteiros diferenciados, sendo que
a pessoa pode descer em cada roteiro, e apanhar o próximo ônibus. Então, nós
queremos também implantar da mesma forma aqui em Porto Alegre.
Estamos, também, finalizando o Roteiro Turístico
Religioso. Nós temos verdadeiros ambientes importantes na área religiosa, na
área sacra: temos a nossa Catedral, o Santuário Mãe de Deus, a Igreja das
Dores, a Igreja Santa Teresinha, lá na Rua Ramiro Barcelos, que tem várias
pinturas do famoso pintor Aldo Locatelli, mas que a Cidade, lamentavelmente,
ainda não conhece. Então, temos várias atrações.
Quando vamos à Europa, vemos a arte nas igrejas, e
temos aqui essa arte também em nossas igrejas para que o porto-alegrense possa
aproveitar.
Outro problema que temos é o nosso folclore; nós
não temos uma expressão cultural folclórica de elevada qualidade em Porto
Alegre. Nós temos de incentivar essa parte da nossa cultura, do nosso folclore,
que é uma preocupação. Os conjuntos de dança praticamente desapareceram, nós
temos somente CTGs de boa qualidade, mas que têm certa dificuldade de serem
aproveitados turisticamente.
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, esse foi um breve
relatório sobre as atividades, nesta Casa, da Frente Parlamentar, composta de
28 Vereadores, que pretende, finalmente, tornar Porto Alegre uma grande atração
turística. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, amigos que se encontram nas galerias, e aqueles que
nos acompanham pelo Canal 16; vocês sabem do meu ponto de vista antecipado a
respeito da realização da Copa do Mundo em nosso País: sempre fui contrário em
função das necessidades prementes que ainda temos no campo social, Ver. Ervino
Besson, no atendimento, principalmente da periferia do nosso Brasil. Mas a Copa
está aí, eu já me transformei em soldado também, e espero que a cidade de Porto
Alegre tenha a sede mais organizada, a sede mais segura do campeonato Mundial
de 2014. No entanto, uma arquiteta me escreveu, a Cristine, e fala o seguinte:
“Em primeiro lugar, desejo ratificar totalmente o teu artigo sobre a realização
da Copa do Mundo no Brasil. Com tanta coisa séria para o País enfrentar, eles
dão um jeitinho para desviar a nossa atenção. Quero refletir contigo essa
verdadeira sacanagem que o Governo do Estado está tentando fazer ao criar mais
uma Secretaria da Copa do Mundo com o único objetivo de dar espaço a um
determinado Deputado Estadual. Para quem não dá aumento para os professores e
demais servidores do Executivo, que não tem dinheiro para contratar
brigadianos, para tentar diminuir a maluca insegurança que tomou conta dos
gaúchos, gastar dinheiro com uma nova estrutura é um absurdo completo. Se já
temos uma Secretaria cuidando da Copa, no Município, por que criar outra no
Estado? Vamos criar Secretarias em cada Município do Estado? Uma em Gramado,
por exemplo, que também quer ser subsede da sede de Porto Alegre? Vamos refletir
sobre as obras necessárias para a Copa de 2014. Como arquiteta que está
acompanhando todas as obras necessárias para Porto Alegre, posso garantir que
somente uma ação depende do Governo do Estado para que Porto Alegre se prepare
para a Copa: é a área da Segurança Pública. O Governo do Estado só tem a função
política de apoiar a Copa do Mundo, nada mais. Todas as demais áreas dependerão
do Governo Municipal e muitos em parceria com o Governo Federal: duplicação de
avenidas, melhoria do transporte coletivo, melhoria da saúde pública, do
saneamento básico, dos estádios - isso no caso é privado -, que depende das
licenças da Prefeitura, do metrô, que depende do Governo Federal, cujas
licenças dependem do Município. A única obra do Governo do Estado está
relacionada com o Cais do Porto, mas essa também está no Plano Diretor”. Agora
está aqui dizendo que é uma politicagem, e qual será o papel da Secretaria
Estadual da Copa do Mundo. Assina a Arquiteta Cristine.
Também
não vejo, Ver. Ervino Besson, a necessidade da criação da Secretaria Estadual
da Copa. Está certo que a Copa será no Estado do Rio Grande do Sul, mas a sede
é Porto Alegre, e, sendo em Porto Alegre, é domínio do Município, do Município
de Porto Alegre - também não vejo razões para isso. Mas esse é o primeiro
sintoma dos muitos que vão aparecer, que irão surgir no embalo da Copa do
Mundo. Quem viver, verá!
É
indiscutível que muitas coisas já estejam saindo do caderno de encargos, por
exemplo: no caderno de encargos da FIFA, Ver. Adeli Sell, não consta a palavra
metrô; fala em transporte, mas não especifica o metrô. Será que teremos mesmo o
metrô funcionando até 2014, Ver. Reginaldo Pujol? Será? Porque o Internacional,
não tendo a responsabilidade de cobrir o Estádio Beira-Rio por pedido do caderno
de encargos, parece que não vai mais cobri-lo para a Copa do Mundo. Será que a
Prefeitura também vai seguir esse diapasão? Não estando no caderno de encargos,
o metrô de Porto Alegre arrisca-se a não sair do papel ou apenas irá da esquina
da Av. Ipiranga com a Av. Borges de Medeiros até o Beira-Rio por causa dos
jogos da Copa. Se for isso, a gente já começa a lamentar, porque,
indiscutivelmente para mim, que não queria a Copa do Mundo aqui, o único
benefício que nós teremos são os aparelhos que porventura a gente venha a
conseguir até 2014, porque só para sediar a Copa do Mundo é um dinheiro jogado
fora, indiscutivelmente é, num País onde as crianças continuam em meio às
porcarias nas periferias de nossas principais cidades, e o Governo, em vez de
construir estádios de futebol em locais onde não existem, por que não promove a
Copa do Mundo somente em estádios particulares, a exemplo de Grêmio,
Internacional, Morumbi, Mineirão - que já está pronto -, do Maracanã? Por que
construir novos estádios quando estamos precisando de novos presídios, novos
hospitais e, principalmente, mais salas de aula? Fica aí a indagação ao Governo
Municipal e ao Governo Federal. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Vereador-Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, neste último fim-de-semana,
relendo a imprensa local, reli um artigo de Paulo Coelho em que fala da caixa
de Pandora, aquela caixa que, aberta, saíram todos os males do mundo, e ficou
dentro apenas uma coisa positiva, que era a esperança.
Eu
acho, Ver. Haroldo, que nós não podemos, de maneira nenhuma, tripudiar sobre a
esperança da comunidade brasileira em geral. Eu quero enfatizar, Ver. Dr. Raul,
algo que eu venho, repetidamente, afirmando desta tribuna. Nós temos que
interromper esse ciclo em que se anuncia toda a espécie de obras, de serviços,
com uma intenção, às vezes, da melhor qualidade, e a mais reta das intenções de
um governante, sem que exista, Vereador-Presidente, segurança de que essa boa
intenção do Presidente, do Governador do Estado, do Prefeito da Cidade ou do
administrador em geral, possa vir a ser concretizada.
Ora,
eu tive a oportunidade, ainda adolescente - acho que eu nem tinha ingressado na
Universidade -, de contribuir, em 1963, para a maior competição esportiva
internacional já sediada neste País, que foi a Universíade de 1963, realizada
aqui na cidade de Porto Alegre. E, naquela ocasião, dificuldades como essa que
estamos presenciando com a anunciada falta de tal equipamento, de tal serviço,
de tal obra, também surgia. Havia uma descrença geral de que aqueles jovens
sonhadores pudessem realizar, naquela ocasião, esse empreendimento: a
Universíade de 1963. Entre outras coisas, foi necessário construir um ginásio
de esportes. O melhor ginásio de esportes que havia em Porto Alegre era o do
Grêmio Náutico União, para duas mil pessoas, quanto muito. Construiu-se em
pouco mais de 60 dias o ginásio da Universíade. Para mim, o ginásio da
Universíade é o que hoje se diz que é o Ginásio da Brigada Militar. Mas se fez,
e esse equipamento ficou para a cidade. Eu me inspirei no pronunciamento do
Ver. Haroldo de Souza, porque nós não temos direito de criar falsas expectativas
na população, de achar que o fato de Porto Alegre sediar alguns jogos da Copa
do Mundo de 2014 vá nos dar soluções para problemas que há muito tempo nós
esperamos que tenham e que não tenham surgido. Essa história do metrô, por
exemplo, tem que se ter - eu já conversei com o Ver. Adeli Sell, que é um dos
vanguardeiros, é um cruzadeiro até, mais do que um vanguardeiro, é um
cruzadeiro pró-metrô - o cuidado de não gerar uma expectativa, porque não há
dúvida nenhuma, o Prefeito Fogaça pode fazer algumas afirmações que são de
desagrado de uns e agrado de outros, mas uma afirmação acho que é correta da
parte dele: que o metrô, se não tiver um empenho verdadeiro do Governo Federal,
não vai sair. Não há Município no mundo que faça metrô. Eu não sei se essa linha
que falam da Av. Borges de Medeiros; às vezes eu fico imaginando um buracão na
Av. Borges de Medeiros para fazer uma linha de metrô...Não sei se não têm razão
aqueles que dizem que era melhor atacar lá por perto do Aeroporto, onde há
vazios urbanos, onde poderia... Isso é outro detalhe. A gente anuncia o metrô,
o “Porto Madero” aqui no Centro, mas se Porto Alegre vai ser de repente a
melhor das cidades que se possa imaginar, e os recursos para que isso ocorra? A
verdade é que hoje, por exemplo, as nossas praças e nossos parques só são
conservados quando alguma empresa privada se dispõe a fazer uma parceria com o
Município. E, para se fazer uma obra mais consistente, já se pensa numa
Parceria Público-Privada. Já foi dito claramente pelos ideólogos do nosso “Porto
Madero”, do Porto dos Casais, que, para ser feito, precisa de investimento
privado, precisa de uma Parceria Público-Privada. Então, nós temos que ir
devagar com essa carroça. Os jornais já estão aí dizendo: “Olha, a Câmara
Municipal não pode trancar o projeto do Porto dos Casais”. Mas nós não
conhecemos esse projeto, como é que nós podemos trancar alguma coisa? Eu dizia
hoje na reunião de Lideranças, e vou reafirmar aqui: nós não podemos nos
submeter a esse tipo de constrangimento. Quando vier para cá o Projeto Porto
dos Casais, que trata do aproveitamento dessa área do antigo Porto da Mauá, nós
temos que nos debruçar sobre ele, estudá-lo profundamente, para só depois
decidir. Nada de decidir sob emoção e tomar uma decisão que possa gerar uma
nova frustração.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos a participação do Ver. Mauro
Pinheiro na 38ª Convenção Regional de Supermercados, em Passo Fundo, nos dias
24 e 25 de junho.
Apregoamos
a participação do Ver. Mauro Zacher no Seminário Nacional de Política de
Transporte Cicloviário, em Sorocaba, nos dias 18 e 19 de junho.
Convoco
os Vereadores a participarem do trade
turístico que se realizará daqui a cinco minutos no Salão Nobre.
Também
convoco os funcionários da Casa, assessores e Vereadores, para um grande debate
sobre Reforma Política, às 19 horas, com a participação do Desembargador Engler
e dois representantes de fora do Município. Nós faremos aqui o que muitos
deveriam ter feito e não fizeram.
Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h25min.)
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